Absolvição de PMs por morte de mulher em 2014 causa protestos no Rio

PMs são absolvidos pela morte de Claudia Silva Ferreira

A diretora executiva da organização civil Criola, Lucia Xavier, reagiu com indignação após a absolvição dos policiais militares (PMs) acusados da morte de Claudia Silva Ferreira, uma mulher negra, mãe e trabalhadora, que foi brutalmente arrastada por cerca de 350 metros por uma viatura da Polícia Militar no Rio de Janeiro, em março de 2014.

Decisão polêmica da Justiça

A decisão da Justiça que absolveu os agentes saiu em 22 de fevereiro, mas só foi divulgada recentemente. O juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, entendeu que os acusados agiram em legítima defesa para repelir uma suposta agressão de criminosos, embora a investigação da Polícia Civil tenha apontado que a bala que atingiu Claudia partiu do local onde estavam os próprios militares.

Reações à decisão

A Rede de Observatórios de Segurança destacou a brutalidade do caso, lembrando que Claudia era mãe de quatro filhos e cuidava de mais quatro sobrinhos. A ONG Justiça Global protestou contra a injustiça racial e a violência policial, questionando quantas vidas negras precisarão ser perdidas para que a guerra acabe. A vereadora Monica Benício, viúva de Marielle Franco, também criticou a decisão, acusando o Judiciário de racismo e elitismo.

Detalhes do caso

Claudia foi baleada durante um tiroteio entre policiais e traficantes e colocada no porta-malas de uma viatura para ser levada a um hospital. No entanto, a porta do veículo se abriu no trajeto, e ela foi arrastada por cerca de 350 metros sem que os policiais parassem para prestar socorro, apesar dos alertas de pessoas na rua. O juiz considerou que a vítima estava na linha de frente durante o confronto armado, e determinou que um traficante envolvido no tiroteio vá a júri popular.

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