União Hamas e Fatah em resposta ao genocídio, afirma embaixador

Palestinos firmam acordo de unidade nacional em resposta à guerra na Faixa de Gaza

O acordo recentemente firmado entre as principais organizações palestinas – Hamas, Fatah e outros 12 grupos políticos – surge como uma resposta à guerra ocorrida na Faixa de Gaza, considerada por algumas organizações e países como um genocídio. O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, avalia que essa unidade nacional é fundamental para a criação de um Estado palestino soberano e independente.

Unidade palestina contra a ocupação israelense

O embaixador Alzeben, representante da Autoridade Palestina no Brasil, ressalta que a unidade nacional é uma resposta contra as decisões de Israel em não reconhecer o outro e persistir na ocupação do território palestino. A divisão entre os grupos é vista como prejudicial para a causa palestina, sendo que somente a Jihad Islâmica teria se oposto ao acordo.

Adversários até então, o Fatah e o Hamas, juntamente com outros grupos, assinaram o acordo em Pequim, na China, em 23 de outubro. O objetivo é encerrar as divisões internas e estabelecer uma unidade nacional para lutar pela libertação da Palestina contra a ocupação israelense.

Acordo mediado pela China

O acordo prevê a criação de um governo interino com a participação de todos os grupos para reconstruir Gaza e realizar uma eleição geral. A mediação foi feita pelo ministro das relações exteriores da China, Wang Yi, durante a cerimônia de assinatura.

De acordo com a porta-voz chinesa, Mao Ning, os grupos concordam em realizar a unidade nacional sob a estrutura da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que representa legitimamente o povo palestino.

Repercussões globais e posição de Israel

O presidente da Federação Árabe Palestina no Brasil, Ualid Rabah, destaca que os grupos palestinos compreenderam a necessidade da unidade para a libertação do país. Esse acordo é percebido como um avanço significativo, principalmente diante das divisões internas que persistiam desde a guerra civil palestina de 2005.

Diante desse cenário, o governo de Israel condenou o acordo, criticando a união do Fatah com o Hamas. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, afirmou que a segurança de Israel continuará exclusivamente sob controle israelense.

Solução de dois Estados e direito internacional

O acordo dos 14 grupos palestinos se compromete com a solução de dois Estados, com um Estado independente da Palestina e Jerusalém Oriental como capital. Eles pretendem apoiar-se nas resoluções da ONU para garantir a integridade do território palestino, incluindo a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Gaza.

O embaixador Alzeben ressalta que a unidade dos grupos palestinos está em conformidade com o direito internacional. Ele destaca a recente decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ) relacionada à ONU, que considerou ilegal a ocupação de Israel nos territórios palestinos.

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