
Tesouro Nacional capta US$ 2,5 bilhões em emissão de dívida externa
O Tesouro Nacional realizou uma captação de US$ 2,5 bilhões junto a investidores internacionais através do lançamento de um novo papel da dívida externa com vencimento em 2035. Nesta terça-feira (18), a operação teve uma demanda significativa, atingindo cerca de US$ 6,5 bilhões em seu pico, superando amplamente o volume emitido. A participação dos investidores estrangeiros foi expressiva, com 64% dos compradores provenientes da Europa e América do Norte, e 28% da América Latina, incluindo o Brasil.
Aumento na taxa de juros
A taxa obtida na emissão dos papéis de dez anos foi de 6,75% ao ano, representando um aumento em relação ao último lançamento desse tipo de papel, que registrou rendimento de 6,35% ao ano em janeiro do ano anterior. Essas taxas para os papéis de dez anos foram as mais altas desde fevereiro de 2005, quando o governo brasileiro obteve juros de 7,9% ao ano.
Os juros básicos nos Estados Unidos têm se mantido estáveis entre 4,25% e 4,5% ao ano desde dezembro de 2022. Entre julho de 2023 e agosto de 2024, essas taxas variaram entre 5,25% e 5,5% ao ano, atingindo o maior nível em cerca de 40 anos. A taxa final dos títulos brasileiros no exterior é influenciada pelo rendimento dos títulos norte-americanos, considerados investimentos seguros, acrescido de um prêmio de risco, o que resultou em um aumento dos juros para os papéis brasileiros em relação às emissões anteriores.
Impacto das taxas de juros
Em momentos de crise econômica e aumento das taxas externas, como o atual cenário, os investidores estrangeiros passam a exigir juros mais elevados para adquirir os papéis brasileiros. Taxas baixas de juros indicam confiança dos investidores na capacidade do Brasil de honrar sua dívida. A captação de recursos por meio da emissão de títulos da dívida externa permite ao governo brasileiro obter empréstimos dos investidores internacionais, com o compromisso de devolver os recursos com juros após alguns anos, como os 6,75% ao ano para os papéis com vencimento em dez anos.
Spread e destinação dos recursos
O spread, que representa a diferença entre os títulos brasileiros de dez anos e os papéis do Tesouro norte-americano com o mesmo prazo, registrou uma queda. A taxa do papel brasileiro foi 220 pontos-base (2,2 pontos percentuais) maior que a dos títulos norte-americanos, a menor desde novembro de 2019. Os recursos captados no exterior serão incorporados às reservas internacionais do país em 25 de fevereiro. O Tesouro Nacional ressalta que as emissões de títulos no exterior não visam apenas reforçar as divisas do país, mas também fornecer um referencial para empresas brasileiras que buscam captar recursos no mercado financeiro internacional.
Fonte: Agência Brasil
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