Salvador registra a maior taxa de homicídios juvenis do Brasil

Salvador possui a pior taxa de homicídios de jovens entre capitais brasileiras

Salvador, a capital da Bahia, desponta com a pior taxa de homicídios de jovens entre 15 e 29 anos de idade em todas as capitais brasileiras, registrando 322,5 mortes a cada 100 mil habitantes. Em contrapartida, São Paulo apresenta um cenário bem mais ameno, com cerca de 7,76 mortes por 100 mil habitantes nessa faixa etária. Os dados alarmantes, que revelam uma grande desigualdade entre as cidades do Brasil, foram revelados no Mapa da Desigualdade, lançado em São Paulo pelo Instituto Cidades Sustentáveis.

Grande desigualdade e repressão policial em Salvador

O coordenador geral do Instituto Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão, ao comentar os dados do Mapa da Desigualdade, ressaltou a gravidade da situação em Salvador, apontando a cidade como confrontando “um problema gravíssimo de repressão policial”. Abrahão alertou para o alto índice de letalidade policial no estado, que muitas vezes atinge jovens negros nas grandes cidades brasileiras. Segundo a ONU, uma cidade ou país com mais de 10 mortes por 100 mil habitantes é equiparada a uma região em guerra civil, destacando a seriedade da questão no Brasil.

Indicadores alarmantes em Salvador

Além da taxa de homicídios juvenis, Salvador também se destaca negativamente quando se trata da população abaixo da linha da pobreza, atingindo 11% dos habitantes, e da taxa de desemprego, que é de 16,7%. Em comparação, a menor taxa de desemprego é registrada em Campo Grande, com 3,4%. O Mapa da Desigualdade aborda diversos indicadores em diferentes áreas, como renda, saúde, educação, habitação e saneamento, revelando a magnitude da desigualdade presente no país.

Mulheres na política e desafios de representatividade

Além das disparidades encontradas nos indicadores, o Mapa da Desigualdade evidencia outras dificuldades enfrentadas nas capitais brasileiras, como a representatividade feminina na política. No Brasil, apenas 12% das prefeituras são comandadas por mulheres, apesar de as mulheres constituírem 52% da população. A baixa representatividade feminina na política mostra um desafio significativo em relação à igualdade de gênero no cenário político brasileiro.

Programa para a promoção de cidades mais justas

O Mapa da Desigualdade faz parte do Programa de Fortalecimento da Sociedade Civil e dos governos locais para a construção de cidades mais justas, igualitárias, democráticas e sustentáveis no Brasil, lançado recentemente. Este programa, baseado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, busca promover um desenvolvimento econômico equitativo e inclusivo no país. O projeto é fruto de uma colaboração entre diversos setores da sociedade, com o intuito de fortalecer a atuação nos municípios e avançar em direção a essas metas globais.

Todos os dados do Mapa da Desigualdade estão disponíveis gratuitamente para consulta no site oficial.

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