
CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas aprova relatório final
Após quase um ano de funcionamento, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas aprovou, hoje (19), o relatório final, encerrando os trabalhos do colegiado.
Indiciamentos e sugestões de aprimoramento
No documento, conhecido desde fevereiro, o relator, senador Romário (PL-RJ), pede o indiciamento dos empresários William Pereira Rogatto e Thiago Chambó Andrade, e ainda de Bruno Tolentino, tio do jogador de futebol profissional Lucas Paquetá.
Aprovado com um único voto contrário, do senador Girão (Novo-CE), o relatório sugere aprimoramentos na legislação brasileira para torná-la mais efetiva no combate à manipulação de resultados e fraudes no mercado de apostas.
“O cenário atual do futebol brasileiro encontra-se em um momento delicado e preocupante, no qual a integridade do esporte mais popular do planeta está sendo constantemente questionada”, diz o documento, ao tecer considerações sobre a sistemática adotada no futebol brasileiro.
Em maio de 2024, a Federação Inglesa de Futebol (FA) acusou Paquetá de cometer faltas durante partidas de seu time, o West Ham, com o único objetivo de permitir a pessoas próximas, previamente informadas de suas intenções, manipulassem o mercado de apostas.
O meio-campista, que já jogou pelo Flamengo, Milan e pela seleção brasileira, e cujo julgamento na Inglaterra começou ontem (18), nega as acusações. O relatório da CPI do Senado, contudo, aponta que o tio de Paquetá integra a lista de apostadores suspeitos investigados ao longo do último ano, identificando movimentações financeiras suspeitas.
O documento indica que o ex-jogador e empresário Bruno Lopez de Moura, também investigado, não só admitiu aos membros da comissão que participava do esquema de manipulação de jogos, como afirmou ter recebido informações privilegiadas sobre os jogos de que Paquetá participou – e nos quais ele apostou.
Moura não foi indiciado pela CPI devido a um acordo de não persecução (perseguição) assinado com o Ministério Público. Em depoimento à CPI, William Rogatto chegou a se identificar como um dos maiores e mais bem organizados manipuladores de resultados do Brasil.
“Eu só sou uma ferramenta, uma ferramenta para que as coisas aconteçam, [para] que essas coisas venham a tomar uma proporção grande”, teria afirmado Rogatto, segundo o relatório que o relator apresentou.
Rogatto foi preso pela Interpol, em novembro de 2024, em Dubai, nos Emirados Árabes, onde permanece detido.
Um dos investigados, Chambó Andrade, é apontado como integrante de “organização criminosa destinada à obtenção de vantagens, inclusive pecuniária, mediante a reiterada prática de infrações penais como corrupção ativa em competições esportivas” e um dos “responsáveis por assegurar a existência de verbas [dinheiro] a serem usadas no pagamento dos jogadores aliciados”.
Andrade não compareceu em nenhuma das duas vezes que foi convocado a prestar depoimento à CPI.
Aperfeiçoamentos e recomendações da CPI
Com a aprovação do relatório, os membros da CPI endossam as propostas legislativas do relator.
Entre elas, uma emenda constitucional para obrigar qualquer cidadão, mesmo que autoridade pública, a atender à convocação de qualquer comissão parlamentar de inquérito, e de três projetos de lei para coibir a manipulação de jogos, incluindo o que tipifica o crime de fraude ao mercado de apostas, hoje inexistente, e a sugestão de que atletas condenados sejam suspensos ou banidos do esporte.
A comissão também recomenda a limitação das chamadas apostas simples (ou single bets), modalidade que, para o relator, facilita a manipulação de resultados, já que permite a aposta em um único evento, como a marcação de uma falta ou pênalti e eventuais punições a atletas.
“O problema é que, quanto mais atrativos os produtos de apostas se tornam, mais fácil fica prever o resultado, e mais facilmente os produtos podem ser explorados para manipulação. Por exemplo, as casas de apostas tradicionalmente têm preferido apostas múltiplas (multiple bets), relacionadas a diversos eventos simultaneamente, dado que é mais difícil prever o resultado, além de tornar mais difícil e custosa a manipulação. Contudo, para atrair e segurar consumidores, as single bets são cada vez mais comuns”, destaca o documento.
De acordo com informação divulgada pela Agência Senado, toda a documentação produzida pela CPI será compartilhada com a Polícia Federal e o Ministério Público da União para prosseguimento das investigações. As informações também serão enviadas para outras instituições, como Casa Civil e ministérios da Fazenda, da Justiça, do Esporte e da Saúde, para medidas específicas.
Fonte: Agência Brasil
Novo Recorde de Temperatura Registrado na Antártica
No dia 6 de fevereiro de 2020, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou a ocorrência de um novo recorde de temperatura na Antártica. A estação de pesquisa argentina Esperanza registrou a marca de impressionantes 18,3°C, superando o recorde anterior de 17,5°C, estabelecido em 24 de março de 2015 na mesma estação.
Esse novo recorde de temperatura na Antártica levanta preocupações sobre os impactos do aquecimento global na região polar. A Antártica é um dos locais mais sensíveis às mudanças climáticas, e o aumento das temperaturas pode ter consequências devastadoras para o ecossistema local e para o nível do mar em todo o mundo.
O derretimento acelerado das geleiras na Antártica pode contribuir significativamente para a elevação do nível do mar, ameaçando comunidades costeiras em todo o planeta. Além disso, as mudanças climáticas na região polar podem ter impactos diretos na biodiversidade local, afetando espécies de animais e plantas adaptadas às condições extremas do continente gelado.
Os cientistas alertam que o aumento das temperaturas na Antártica está diretamente relacionado às atividades humanas, principalmente à emissão de gases de efeito estufa. A queima de combustíveis fósseis e o desmatamento contribuem para o aumento do efeito estufa, intensificando o aquecimento global e seus efeitos sobre o clima.
Além do impacto ambiental, o aumento das temperaturas na Antártica também pode ter consequências econômicas para a região. O derretimento das geleiras pode afetar a pesca e o turismo na região, atividades econômicas importantes para os países que têm território na Antártica.
Diante desse cenário preocupante, a comunidade internacional precisa agir de forma urgente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e frear o aquecimento global. Acordos internacionais como o Acordo de Paris são fundamentais para estabelecer metas e políticas que visem a mitigação das mudanças climáticas e a proteção dos ecossistemas vulneráveis, como a Antártica.
Os cientistas destacam a importância de monitorar de perto as mudanças climáticas na Antártica e seus impactos sobre o meio ambiente e a sociedade. Estudos e pesquisas contínuas são essenciais para compreender melhor as causas e consequências do aquecimento global na região polar e para orientar ações de mitigação e adaptação.
Diante do novo recorde de temperatura na Antártica, é fundamental que governos, empresas e sociedade civil atuem de forma coordenada e eficaz para enfrentar o desafio das mudanças climáticas. A preservação da Antártica e de seus ecossistemas únicos depende do engajamento de todos na luta contra o aquecimento global.
Aguardamos ansiosos por mais informações e atualizações sobre o tema, e continuaremos acompanhando de perto os desdobramentos dessa importante questão ambiental que afeta não apenas a Antártica, mas todo o planeta.
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