Dólar fecha semestre em alta
A preocupação dos investidores com a falta de clareza em relação às trajetórias dos juros e da dívida pública, somada às críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central e a um movimento de especulação no mercado de câmbio, descolou o real de outras moedas emergentes. Essa conjuntura contribuiu para a moeda brasileira ficar a um fio de cabelo dos R$ 5,60 no mercado à vista, registrando seu pior primeiro semestre ante o dólar desde 2020, ano da pandemia de covid-19.
Comportamento do Dólar
O dólar à vista terminou o pregão em alta de 1,47%, chegando a R$ 5,5883. Na máxima da sessão, atingiu R$ 5,5990, o maior valor desde 12 de janeiro de 2022, quando alcançou R$ 5,6007. Na semana, o dólar subiu 2,71%, e em junho avançou 6,43%. No acumulado do ano, a alta foi de 15,14%, o que corresponde ao avanço mais significativo em relação ao real desde 2020.
Comparativo com outras moedas
A alta do dólar ante o real neste primeiro semestre se destacou quando comparada ao desempenho da moeda americana ante outras moedas de países emergentes. Em relação à lira turca (11,01%), peso mexicano (7,97%), peso colombiano (7,15%), peso chileno (7,06%) e rupia indiana (0,23%), o dólar subiu bem menos. Em relação ao rublo russo e ao rand sul-africano, caiu 4,06% e 0,55%, respectivamente.
Mercado futuro
No mercado futuro, por volta das 17h55, o contrato do dólar para agosto subia 1,55%, a R$ 5,6125, com volume de negócios somando US$ 21,4 bilhões. Operadores de câmbio destacam que o fortalecimento do dólar ante o real está relacionado ao ceticismo dos investidores em relação à capacidade do governo de promover o equilíbrio das contas públicas.
Opinião de especialistas
Fernando César, operador de câmbio da AGK Corretora, menciona que o mercado está precificando o risco fiscal futuro. Felipe Schuckar, da Hedgepoint, ressalta a instabilidade no momento e destaca recomendações aos clientes para gerir o risco com operações de hedge. Rodrigo Jolig, da Alphatree, considera que a alta do dólar está relacionada a um “mau humor generalizado” em relação a moedas de economias emergentes e a fundos que buscam a valorização do dólar.
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