Protestos e pressão internacional pela publicação das atas eleitorais na Venezuela
Organismos internacionais, candidatos de oposição e protestos realizados na Venezuela aumentam a pressão sobre o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país para que publique as atas eleitorais que mostram os resultados por mesa de votação.
Candidatos de oposição e observadores internacionais se manifestam
Questionado pela Agência Brasil sobre quando e como os dados seriam disponibilizados, a assessoria de imprensa do CNE informou que “o Poder Eleitoral está atuando”.
Os candidatos opositores que disputaram a presidência da Venezuela Enrique Márquez, Javier Bertucci e Antonio Ecarri se juntaram a Edmundo González para pedir que se publique os documentos. Enrique já denunciou supostas irregularidades no processo eleitoral.
O Centro Carter, observador internacional que avalia a eleição venezuelana, divulgou nota pedindo a publicação das atas. “A informação das atas transmitidas ao CNE é indispensável para nossa avaliação e fundamental para o povo venezuelano”, disse.
Posicionamento da OEA e da ONU
A Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgou um informe afirmando não ser possível reconhecer o resultado emitido pelo CNE, cobrando transparência. O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu “total transparência e incentiva a publicação em tempo útil dos resultados e da lista dos locais de voto”.
Explicações e promessas de publicação das atas eleitorais
O chefe do Ministério Público da Venezuela, Tarek William Saab, informou que o CNE divulgaria as atas “nas próximas horas”, porém os dados ainda não foram publicados e a página da instituição eleitoral na internet segue fora do sistema. Saab e o CNE justificam que um suposto ataque hacker contra o sistema foi o responsável por atrasar os trabalhos do órgão eleitoral.
O governo brasileiro, apesar de saudar a eleição venezuelana por ter sido pacífica, aguarda a publicação das atas eleitorais, que considera “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.
Protestos e acusações de irregularidades
Alguns protestos violentos contra o resultado da eleição foram registrados no país. O presidente reeleito Nicolás Maduro criticou os atos, afirmando que se trata de outra tentativa de golpe de estado e culpando a “ultradireita mundial” pela situação. Parte dos responsáveis pelos protestos foram presos, segundo o mandatário.
Denúncias de candidatos de oposição
O candidato oposicionista Enrique Márquez denunciou problemas como testemunhas impedidas de entrar nas mesas de votação e atas eleitorais não entregues. Ainda afirmou que a auditoria sobre o sistema de telecomunicações do CNE foi suspensa sem explicações.
A opositora Maria Corina Machado indicou supostas vitórias do opositor, mostrando 73% das atas emitidas pelas mesas de votação. A oposição lançou um site para publicar essas supostas atas.
Segurança das urnas e transparência
A Venezuela utiliza um sistema de votação eletrônica com auditorias para verificar a segurança dos votos. No entanto, a falta de publicação detalhada das atas eleitorais tem gerado questionamentos e críticas. O sistema eleitoral venezuelano é automatizado e auditado, mas a transparência dos resultados é essencial para garantir a legitimidade do processo.
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