Polícia Federal prende deputado Chiquinho Brazão e mais dois em investigação sobre autoria intelectual dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes
Prisões ocorreram no Rio de Janeiro
A Polícia Federal realizou na manhã deste domingo, 24 de março, a prisão do deputado Chiquinho Brazão, seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e o ex-chefe de Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa. As detenções fazem parte de uma extensa investigação sobre a ‘autoria intelectual’ dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além de crimes de organização criminosa e obstrução de justiça. A operação, denominada Murder Inc, também envolveu buscas em 12 endereços no Rio de Janeiro, por determinação do Supremo Tribunal Federal.
Perfis dos envolvidos
Chiquinho Brazão, que foi vereador do Rio de Janeiro por quatro mandatos, foi eleito deputado federal pelo partido Avante nas eleições de 2022. Ele se licenciou no final do ano passado para atuar como secretário municipal de ação comunitária no Rio, encerrando sua passagem pelo cargo em fevereiro. O nome de Chiquinho foi mencionado nas investigações devido à delação de Ronnie Lessa, ex-policial militar acusado de ser o executor dos disparos que vitimaram Marielle e Anderson. O acordo de delação foi homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, resultando na condução do caso para a corte suprema.
Domingos Brazão
Domingos, por sua vez, foi alçado ao Tribunal de Contas do Estado em 2015, após uma carreira como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio. Ele foi apontado como o ‘principal suspeito de ser autor intelectual’ dos assassinatos de Marielle e Anderson em 2019, negando sempre sua participação nos crimes. A ex-procuradora-geral da República, Raquel Dodge, chegou a pedir a federalização do caso Marielle e Anderson, acusando Domingos de obstrução de justiça. O pedido foi negado, mas a Procuradoria-Geral da República já descrevia Domingos como alguém que teria tentado desviar as investigações dos verdadeiros responsáveis pelo crime.
Rivaldo Barbosa
O terceiro envolvido, Rivaldo Barbosa, é delegado e assumiu o cargo de chefe da Polícia Civil do Estado do Rio em março de 2018, um dia antes do assassinato de Marielle. Ele deixou o cargo em janeiro de 2019, após a posse do governador Wilson Witzel. Com formação em direito, Rivaldo também esteve à frente da Direção de Homicídios, sendo nomeado para a chefia da Polícia Civil pelo então interventor federal do Rio, general Walter Braga Netto, que mais tarde ocuparia cargos de destaque nos governos de Jair Bolsonaro.
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