Preço dos alimentos em queda pode resultar em redução dos juros, Tebet afirma


Ministra Tebet prevê queda nos preços dos alimentos nos próximos 60 dias

O principal fator que tem pressionado a inflação nos últimos meses, os preços dos alimentos, começarão a cair nos próximos 60 dias, conforme declarado pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em evento realizado nesta quarta-feira (2).

Segundo Tebet, essa redução nos preços pode abrir espaço para a queda dos juros no segundo semestre, sem interferir na autonomia do Banco Central (BC).

“Falta combatermos de forma mais eficiente a inflação. Sei que vamos conseguir. Daqui a 60 dias, quem sabe, a diminuição no preço dos alimentos… Quem sabe, porque o Banco Central é autônomo, possamos diminuir os juros no segundo semestre”, afirmou Tebet durante o evento de comemoração dos 60 anos do BC.

A ministra ressaltou que a elevação de tarifas comerciais pelos Estados Unidos pode dificultar o controle da inflação, reconhecendo a complexidade do cenário econômico global.

“Temos muitas questões num mundo tão complexo. O mundo está em transformação. Estamos com fatores além-mar, com medidas além-mar, que poderão impactar inflação mundial e brasileira”, destacou Tebet.

Após o evento, a ministra também abordou o efeito das medidas tomadas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a inflação brasileira, ressaltando a diversificação dos parceiros comerciais do Brasil como um fator que pode minimizar os impactos.

Tebet defendeu a revisão de incentivos fiscais como forma de garantir o cumprimento das metas para as contas públicas, destacando a necessidade de reavaliar as renúncias fiscais existentes.

Preços pressionados

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central alertou que os preços dos alimentos continuam elevados e podem se propagar para outros setores no médio prazo, devido aos mecanismos inerciais da economia brasileira.

Segundo o Relatório de Inflação divulgado recentemente, a autoridade monetária prevê variações mensais significativas nos preços ao consumidor nos próximos meses, mantendo a inflação acumulada em torno de 5,5%, acima da meta estabelecida de 4,5%.

“Os preços da alimentação no domicílio devem seguir pressionados, mesmo com alguma moderação em alimentos industrializados em comparação aos últimos meses. Alimentos in natura, que tiveram variações relativamente baixas no período recente, devem apresentar evolução mais próxima ou acima da sazonalidade”, ressaltou o Relatório de Inflação.

Haddad e outros destaques

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também presente no evento, destacou a importância da estabilidade na troca de comando do Banco Central e ressaltou a valorização das instituições como chave para superar a polarização política.

“Se não tivermos uma visão institucional, dificilmente vamos vencer a má polarização da política. A má polarização é quando a tensão entre os pólos impede uma agenda de Estado. Quando não se consegue construir projeto de país que, numa democracia, vai passar por uma alternância de poder”, afirmou Haddad.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, destacou parcerias entre o Banco Central e o Congresso Nacional para modernizar a legislação de política monetária, ressaltando a autonomia do BC como um marco importante.

“É inegável que essa lei representou um avanço de grande importância para o país, pois permitiu que a autoridade monetária exercesse sua missão com maior previsibilidade e segurança institucional, protegida de interferências políticas e com credibilidade junto à sociedade e aos mercados”, destacou Motta.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, elogiou a autonomia do BC como um fator crucial para a transparência na gestão e o compromisso com o desenvolvimento sustentável do país.

Selo comemorativo

No evento, o Banco Central e os Correios lançaram um selo institucional em celebração aos 60 anos da autoridade monetária, marcando a história e a contribuição do BC para a economia brasileira.

O Banco Central do Brasil (BC) anunciou recentemente um novo programa de entrevistas que será conduzido pelo presidente da instituição, Galípolo. Os episódios serão transmitidos todas as quintas-feiras no YouTube, com o objetivo de promover diálogos e debates relevantes sobre a economia do país.

A comemoração do aniversário de 60 anos do BC reuniu uma série de autoridades, incluindo ministros, parlamentares e ex-presidentes do Banco Central. Dentre os presentes, estavam Davi Alcolumbre, presidente do Senado; Hugo Motta, presidente da Câmara; Fernando Haddad, ministro da Fazenda; Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego; Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento; Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública; Jaques Wagner, líder do Governo no Senado; Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda; e Gustavo Guimarães, secretário-executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento.

Além das autoridades presentes, os ex-presidentes do BC também marcaram presença na celebração. Entre eles estavam Wadico Bucchi, Pedro Malan, Gustavo Loyola, Gustavo Franco, Armínio Fraga, Henrique Meirelles, Alexandre Tombini, Ilan Goldfajn e Roberto Campos Neto. A presença dessas figuras históricas do Banco Central reforçou a importância do órgão para a estabilidade econômica do país ao longo das décadas.

A iniciativa do BC em promover entrevistas com ex-presidentes do órgão demonstra o compromisso da instituição em promover a transparência e o diálogo com a sociedade. Ao trazer figuras de destaque do cenário econômico para debater temas relevantes, o Banco Central busca informar e educar o público sobre as decisões e políticas que impactam a economia brasileira.

Segundo a fonte da Agência Brasil, a realização dessas entrevistas visa ampliar o debate sobre as ações do BC e seu papel na condução da política monetária do país. Através de discussões francas e transparentes, o programa pretende esclarecer dúvidas e fornecer informações relevantes para os cidadãos interessados no funcionamento do sistema financeiro nacional.

Com a participação de ex-presidentes do Banco Central, o programa de entrevistas tem o potencial de oferecer insights valiosos sobre as decisões e desafios enfrentados pela instituição ao longo dos anos. A experiência e conhecimento dessas personalidades podem contribuir significativamente para uma compreensão mais ampla e aprofundada do papel do BC na economia brasileira.

Em resumo, a iniciativa do Banco Central em promover entrevistas com ex-presidentes do órgão representa um passo importante na busca pela transparência e comunicação efetiva com a sociedade. Ao abrir espaço para o debate e a reflexão sobre temas econômicos relevantes, o BC reafirma seu compromisso com a informação e a educação financeira dos cidadãos brasileiros. A expectativa é que essas conversas contribuam para uma maior compreensão do papel do Banco Central na estabilidade econômica do país e na promoção do desenvolvimento sustentável.

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