POLÍCIA FEDERAL INDICIA BOLSONARO POR DESVIO DE $25 MILHÕES EM PRESENTES
A Polícia Federal (PF) concluiu em investigação que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve participação no desvio ou na tentativa de desvio de mais de R$ 25 milhões em presentes como esculturas, joias e relógios, recebidos de países estrangeiros em razão de sua condição de mandatário do Brasil. A conclusão consta do relatório da investigação que apurou a existência de uma associação criminosa cujo objetivo seria especificamente desviar e vender objetos de valor recebidos por Bolsonaro como presente oficial.
Bolsonaro e mais 11 pessoas indiciadas
De acordo com a PF, Bolsonaro e mais 11 pessoas foram indiciadas pelos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O relatório sobre a investigação foi entregue impresso, em um envelope, no protocolo do Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira (5). O sigilo do relatório da PF, que tem 476 páginas, foi derrubado nesta segunda-feira (8) pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo. O magistrado encaminhou o processo para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), a quem cabe agora analisar se arquiva o caso ou denuncia os indiciados. É possível também que o órgão solicite nova coleta de provas.
Dinheiro e desvio de bens
O relatório da PF assinado pelo delegado responsável Fábio Shor conclui que a associação criminosa desviou presentes de alto valor recebidos pelo ex-presidente Bolsonaro em viagens internacionais. Os itens desviados têm um valor total de US$ 4.550.015,06 ou R$ 25.298.083,73. Parte do dinheiro obtido com a venda desses presentes pode ter sido usado para custear a estadia de Bolsonaro nos Estados Unidos.
As investigações também revelaram a participação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fechou acordo de colaboração premiada. Além disso, o relatório aponta o envolvimento do pai de Mauro Cid, general do Exército Mauro Lorena Cid, que intermediou o repasse de US$ 68 mil em espécie ao ex-presidente.
Outras provas e documentos anexados
Nos autos, foram anexados comprovantes de saques bancários no Brasil e nos EUA, além de planilhas mantidas pelo assessor Marcelo Câmara, responsável pela contabilidade pessoal de Bolsonaro. A Agência Brasil tenta contato com a defesa de todos os citados no processo.
Já segue o macuxi nas redes sociais? Acompanhe todas as notícias em nosso Instagram, Twitter, Facebook, Telegram e também no Tiktok