Pesquisadores realizarão volta inédita na Antártica

Expedição inédita à Antártica visa entender mudanças climáticas e impactos da poluição

Pesquisadores de sete países, liderados pelo Brasil, embarcaram em uma aventura sem precedentes: a circum-navegação da Antártica. Pela primeira vez, cientistas irão contornar todo o continente congelado do Polo Sul, percorrendo cerca de 14 mil quilômetros e coletando amostras de gelo, água e ar, com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre as mudanças climáticas e os efeitos da poluição.


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Expedição partiu do Rio Grande do Sul com 61 cientistas de diversas nacionalidades

A expedição teve sua partida do Rio Grande do Sul em 22 de novembro, com a presença de 61 cientistas, sendo 27 de nove universidades públicas brasileiras e membros de países como Rússia, China, Índia, Argentina, Chile e Peru.

O líder da missão é o renomado professor do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Jefferson Cardia Simões, especialista em geografia polar e com vasta experiência na Antártica.

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Jefferson Simões, coordenador da expedição – Foto: Christopher P. Michel/Divulgação

O navio quebra-gelo utilizado na expedição pertence ao Instituto de Pesquisa Ártica e Antártica da Rússia, sendo uma das poucas embarcações desse tipo destinadas a fins científicos. Com mais de 130 metros de comprimento, o navio tem a capacidade de quebrar placas de gelo de até 2 metros de espessura, permitindo que os pesquisadores se aproximem o máximo possível da costa antártica.

Expectativas e atribuições dos cientistas durante a expedição

Os cientistas envolvidos na expedição possuem diversas atribuições relacionadas a três áreas principais: monitoramento das calotas de gelo, análise do clima antártico e detecção de microplásticos. O principal objetivo é compreender como o manto de gelo da Antártica reagiu no passado e está respondendo às mudanças climáticas e a ações humanas.

As coletas de amostras de neve compactada e água são essenciais para medir a concentração de microplásticos e poluentes, além de análises atmosféricas. O estudo das calotas polares e icebergs visa avaliar a velocidade do derretimento das geleiras e seu potencial impacto no nível do mar.

Parceria científica e importância da Antártica para o planeta

Além dos 61 pesquisadores a bordo, há dezenas de outros cientistas fornecendo suporte em terra. Rosemary Vieira, professora do Instituto de Geociências da Universidade Federal Fluminense, destaca a relevância dos sedimentos marinhos como fonte de informações sobre mudanças ambientais ao longo do tempo.

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Professora Rosemary Vieira em viagem à Antártica – Foto: Rosemary Vieira/Arquivo pessoal

A Antártica desempenha um papel crucial na regulação climática global e possui impactos diretos em diversas regiões do planeta, incluindo o Brasil. As mudanças ocorridas no continente gelado podem influenciar o regime de chuvas e as temperaturas em território brasileiro, afetando a produção de alimentos e o cotidiano da população.

O coordenador da expedição, Jefferson Cardia Simões, destaca a importância da cooperação internacional e da diplomacia científica para enfrentar desafios globais. A Antártica, apesar de sua localização remota, exerce um papel fundamental para a vida na Terra e merece atenção e estudo contínuo por parte da comunidade científica.

Fonte: Agência Brasil

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