Presidente da Turquia, Recep Tayipp Erdogan, sofre grande derrota nas eleições municipais e estaduais

Há 20 anos no poder, o presidente da Turquia, Recep Tayipp Erdogan, enfrentou sua mais significativa derrota nas urnas nas eleições municipais e estaduais realizadas no país no domingo (31).

Oposição reivindica vitória nas principais cidades turcas

Nesta segunda-feira (1º), com cerca de 99% dos votos apurados, a oposição reivindicou vitória nas duas principais cidades turcas: a capital, Ancara, e Istambul, cidade que Erdogan foi prefeito e onde começou sua carreira política.

Consolidação da oposição como força política

A votação também consolidou a oposição, que vinha sendo acuada pela expansão de poderes de Erdogan aprovadas por ele mesmo nos últimos anos, como uma força política relevante. O presidente da Câmara de de Deputados de Istambul, Ekrem Imamoglu, surgiu como principal rival do presidente.

Com 92,92% das urnas apuradas em Istambul, a maior cidade da Europa e o motor econômico do país, Imamoglu teve 50,92% dos votos, em comparação com 40,05% do candidato do AKP, o ex-ministro de Erdogan Murat Kurum.

O Partido Popular Republicano (CHP) também conseguiu manter o controle de Ancara e ganhou outras 15 prefeituras pelo país.

Erdogan reconhece derrota e promete corrigir erros

Em discurso na madrugada desta segunda-feira, Erdogan, reeleito em 2023, reconheceu a derrota. Uma das explicações apontadas em pesquisas de intenção de voto antes das eleições é o aumento da inflação no país aliado a uma crescente insatisfação de eleitores islâmicos com o governo de Erdogan.

“Aqueles que não entendem a mensagem da nação acabarão perdendo”, disse Imamoglu, 53 anos, a milhares de apoiadores exultantes na noite de domingo.

A derrota ocorre após um forte envolvimento do presidente turco nas campanhas de seu partido em Istambul e Ancara. Erdogan afirmou que a sua aliança “perdeu altitude” em todo o país e tomará medidas para transmitir a mensagem dos eleitores.

“Se cometemos um erro, iremos corrigi-lo nos próximos anos. Se faltar alguma coisa, vamos completá-la”, disse o presidente turco.

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