Papa Francisco pede uso justo dos recursos naturais para o bem de todos

Papa Francisco pede exploração justa dos recursos naturais em Papua-Nova Guiné

O papa Francisco pediu neste sábado (7) uma exploração justa dos recursos naturais para promover “o bem-estar de todos”, durante sua visita a Papua-Nova Guiné, país pobre da Oceania, mas com grandes reservas minerais.

Recursos minerais e a situação do país

As vastas reservas de ouro, cobre, níquel, gás natural e madeira do país de 12 milhões de habitantes, que fica ao norte da Austrália, atraíram investimentos de grandes multinacionais.

O cenário, no entanto, não beneficiou necessariamente a população, onde quase 25% das pessoas vivem abaixo da linha da pobreza e apenas 10% das residências têm fornecimento de energia elétrica.

Discurso do Papa e a exploração dos recursos

“Seu país, além de suas ilhas e línguas, também é rico em recursos da terra e das águas. Esses bens são destinados por Deus a toda a coletividade”, disse o pontífice argentino em seu primeiro discurso na capital Port Moresby.

Essa riqueza “compromete todos, governantes e cidadãos juntos, a promover todas as iniciativas adequadas para valorizar os recursos naturais e humanos, de forma que se possa gerar um desenvolvimento sustentável e equitativo, que promova o bem-estar de todos”, continuou para uma plateia formada por políticos, diplomatas e empresários.

Desafios e problemas econômicos em Papua-Nova Guiné

O pontífice argentino de 87 anos está uma viagem de 12 dias pelo sudeste da Ásia e a Oceania, a mais longa e distante de seu papado, para promover o diálogo inter-religioso e levar sua mensagem às “periferias”.

Depois de passar pela Indonésia, Jorge Bergoglio desembarcou na sexta-feira em Port Moresby, capital de um dos Estados mais pobres e instáveis do Pacífico, apesar de seus abundantes recursos naturais.

Problemas sociais e soluções propostas pelo Papa

O papa reconheceu que para a exploração desses recursos pode ser “necessário recorrer a competências mais amplas e grandes empresas internacionais”. No entanto, ele enfatizou que é justo que se leve em consideração as necessidades das populações locais na distribuição dos lucros e na utilização da mão de obra.

No caso de Papua-Nova Guiné, estudos econômicos indicam que a pobreza se manteve estável, apesar do crescimento do Produto Interno Bruto per capita.

Situação social e desafios tribais no país

O jesuíta argentino é o segundo pontífice a visitar o país, depois de João Paulo II, que viajou ao país em duas ocasiões, em 1984 e 1995.

O país multiétnico, com mais de 800 línguas nativas, é cenário frequente de atos de violência tribais. Em janeiro, protestos contra os cortes de salários determinados pelo governo provocaram distúrbios fatais.

Apelo à paz e fim da violência

Francisco abordou o tema em seu discurso, pedindo pelo fim das agressões tribais e apelando ao senso de responsabilidade de todos para interromper a espiral de violência no país.

O país tem enfrentado décadas de violência, deixando quase 100 mil pessoas deslocadas, com poucas estimativas confiáveis sobre o número de mortes.

Próximos passos do Papa Francisco

No domingo, o papa viajará a uma área remota do noroeste da ilha, um pequeno município onde vive uma pequena comunidade de missionários argentinos.

Na segunda-feira, o pontífice deixará Papua-Nova Guiné e seguirá para o Timor Leste, onde permanecerá de 9 a 11 de setembro. A viagem terminará em Singapura no dia 13 de setembro.

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