Pobreza afeta mais de 1,1 bilhão de pessoas em todo o mundo, aponta relatório da ONU
Pelo menos 1,1 bilhão de pessoas vivem na pobreza, das quais quase metade (455 milhões) estão em países em guerra ou em paz frágil, indica relatório publicado nesta quinta-feira (17) pela Organização das Nações Unidas (ONU) em colaboração com a Universidade de Oxford. Segundo o estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado a propósito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, mais de metade dos pobres, 584 milhões, são crianças.
Cenário mundial da pobreza
Elaborado em conjunto com a Iniciativa para a Pobreza e o Desenvolvimento Humano da Universidade de Oxford, o estudo indica que grande parte da população que vive na pobreza (83,2% de 1,1 bilhão) se encontra nas regiões da África Subsaariana (553 milhões) e no sul da Ásia (402 milhões). Na África Subsaariana, sub-regiões como o Sahel ou a parte oriental do continente são especialmente afetadas. Ainda de acordo com o relatório, 3% de 1,1 bilhão de pobres (34 milhões) vivem na América Latina.
Impacto dos conflitos na pobreza
Em análise detalhada da relação entre conflitos e pobreza, o estudo conclui que nos países em guerra, a taxa de pobreza é de 34,8% da população total, enquanto nos restantes é de 10,9%. Dos 455 milhões de pessoas pobres que vivem em países em conflito, 218 milhões estão em países em guerra. O diretor do PNUD, Achim Steiner, ressalta a intensificação e multiplicação dos conflitos nos últimos anos, deslocando milhões de pessoas e causando perturbações generalizadas na vida e nos meios de subsistência.
O relatório destaca ainda que dois terços da pobreza concentram-se nos países em desenvolvimento, onde vivem 749 milhões de pessoas nessa situação, sendo que metade da população pobre não tem eletricidade e 482 milhões vivem em famílias onde uma ou mais crianças tiveram de abandonar a escola.
Para apoiar essas populações expostas à pobreza e aos conflitos, o diretor do PNUD enfatiza a necessidade de recursos e acesso a intervenções especializadas de desenvolvimento e de recuperação precoce para ajudar a quebrar o ciclo da pobreza e da crise. A situação alerta para a urgência de medidas eficazes visando a redução da pobreza em todas as suas dimensões.
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