Reflorestamento na Serra dos Órgãos: a importância para o abastecimento de água no Rio de Janeiro
No alto da Serra dos Órgãos, a cerca de 1,7 mil metros de altitude, nasce o rio Macacu, que desagua na Baía de Guanabara, no estado do Rio de Janeiro. Esse rio é o principal afluente da bacia hidrográfica do rio Guapi-Macacu, responsável pelo abastecimento de água de cerca de 2 milhões de pessoas nos municípios de Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Itaboraí, São Gonçalo e Niterói.
O Projeto Guapiaçu destaca a importância do reflorestamento nas margens do rio Macacu, como forma de aumentar a área de floresta e promover a conexão entre fragmentos de mata. Ao criar um corredor de floresta, unindo áreas de preservação e áreas reflorestadas, permite-se que os animais e plantas tenham mais espaço para se estabelecer e se reproduzir.
“Quando você faz justamente essas conexões entre os fragmentos [de floresta], você permite que esses animais circulem, permite o fluxo gênico, permite que a genética ali aconteça em uma variabilidade maior. Por isso que ter diversas propriedades que façam essa adequação ambiental é muito interessante, porque ganha todo mundo”, explica Tatiana Horta, coordenadora operacional do Projeto Guapiaçu.
Em Cachoeiras de Macacu, 99% das propriedades são pequenas propriedades, e mesmo áreas como a do produtor Bruno podem fazer a diferença. Um hectare replantado foi suficiente para que uma fonte voltasse a jorrar. O projeto acompanha o reflorestamento por três anos, tempo geralmente suficiente para a floresta se estabelecer. Em duas décadas, já é possível ter uma floresta com fauna e flora recompostas.
“Eu acho que plantar uma árvore é um ato muito generoso. Eu plantei um jequitibá com as cinzas do meu avô e eu, muito provavelmente, não vou sentar embaixo desse jequitibá para usufruir da sombra, mas eu vou deixar o jequitibá para os meus filhos e meus netos”, destaca Gabriela Viana.
Diante da crise climática, questionada se acredita que ainda há tempo de salvar os seres humanos e as florestas, Viana afirma: “Eu acredito que dá tempo”.
Fonte: Agência Brasil
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