A batalha das tatuadoras na Coreia do Sul

Na Coreia do Sul, a tatuagem é considerada um procedimento médico desde 1992. Isso significa que tatuadores precisam de uma licença médica para exercer a profissão. Narr, uma tatuadora no país, enfrentou uma situação assustadora enquanto trabalhava em seu estúdio.

“Quando a sessão de tatuagem estava prestes a terminar, pedi ao cliente para verificar a tatuagem no espelho”, diz ela. “Em vez disso, ele começou a abrir o zíper da calça, revelando que não estava usando cueca.”

Embora tenha educadamente pedido para o cliente se vestir, ele continuou se exibindo e fazendo propostas inapropriadas. Narr sentiu medo, mas não se viu capaz de denunciar à Polícia Civil de Roraima (PCRR), devido às leis rigorosas sobre tatuagem no país.

Desafios e estatísticas

Na Coreia do Sul, tatuadores sem credenciais médicas enfrentam penalidades graves, incluindo prisão e multas altas. Apesar disso, a maioria dos tatuadores no país não são médicos licenciados. Estima-se que existam cerca de 350 mil tatuadores, incluindo os especializados em maquiagem semipermanente.

O Sindicato da Tatuagem na Coreia do Sul oferece suporte legal a dezenas de tatuadores processados a cada ano. No entanto, a legislação está em processo de mudança, com projetos de lei apresentados por partidos políticos para legalizar a prática para não médicos.

Opiniões divergentes

A proposta de legalização das tatuagens para não médicos enfrenta resistência da Associação Médica Coreana, que argumenta que a prática representa riscos à saúde. Por outro lado, defensores da mudança alegam a necessidade de regulamentações claras para garantir a segurança dos clientes e dos profissionais.

Uma pesquisa revelou que mais de 60% dos sul-coreanos têm opiniões negativas sobre tatuagens. Mulheres tatuadas como Ahn Lina enfrentam críticas e abusos online, levando algumas profissionais a abandonarem a carreira. A jornalista Lee Yu-jin destaca os estigmas em torno das mulheres com tatuagens na sociedade sul-coreana.

Oportunidades no exterior

Alguns tatuadores sul-coreanos optam por trabalhar no exterior, em busca de maior liberdade e reconhecimento. Gong Greem, tatuadora com experiência na Europa e nos EUA, planeja se mudar para Londres em busca de um ambiente de trabalho mais favorável.

Enquanto a legislação sobre tatuagens na Coreia do Sul passa por mudanças, profissionais como Narr continuam enfrentando desafios. Ela, que recentemente engravidou, reflete sobre o futuro incerto de sua carreira e a necessidade de mudanças nas leis e na mentalidade da sociedade sul-coreana.

Narr, Banul e Gong Greem são nomes fictícios utilizados por tatuadoras na Coreia do Sul.

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