Indígenas solicitam debate presencial sobre Marco Temporal.

Lideranças indígenas buscam transferência da análise sobre Marco Temporal para plenário físico do STF

Lideranças indígenas estão empenhadas em convencer os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a transferir para o plenário físico da Corte a análise da decisão cautelar do ministro Gilmar Mendes. Esta decisão suspendeu o andamento processual de todas as ações judiciais relacionadas à constitucionalidade do chamado Marco Temporal – tese jurídica que restringe os direitos territoriais dos povos originários aos territórios que ocupavam em 1988.

Apelo por debate no plenário físico

O coordenador jurídico da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Maurício Terena, ressalta a importância de realizarem essa discussão no plenário físico, com os povos indígenas presentes. Segundo ele, a presença dessas comunidades na discussão é fundamental.

Decisão de Gilmar Mendes e a suspensão das ações judiciais

Na decisão emitida na última segunda-feira (22), Gilmar Mendes afirmou que diversos dispositivos da Lei nº 14.701, aprovada em setembro de 2023 e que instituiu o Marco Temporal, contrariam a jurisprudência anterior do STF. Além de suspender os processos judiciais sobre a constitucionalidade da lei, Mendes determinou a instauração de um processo de conciliação entre as partes, estabelecendo um prazo de 30 dias para manifestações e propostas.

Reações do movimento indígena

A decisão monocrática de Gilmar Mendes desagradou as lideranças indígenas, que a classificaram como arbitrária e ambígua. Durante uma entrevista coletiva no Acampamento Terra Livre, em Brasília, Maurício Terena criticou a maneira como o julgamento foi conduzido.

Busca por sensibilização dos ministros

Maurício Terena revelou que as lideranças indígenas têm buscado sensibilizar os ministros do STF para que a decisão sobre o Marco Temporal seja debatida no plenário físico, com a participação presencial dos povos originários. A estratégia inclui solicitar que algum ministro destaque o caso, levando-o para discussão no colegiado.

Estas tentativas são uma forma de garantir que as vozes indígenas sejam ouvidas e consideradas no debate sobre os direitos territoriais. O desfecho sobre o Marco Temporal ainda está em aberto, aguardando a manifestação e posicionamento dos demais ministros da Suprema Corte.

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