Ministro da Justiça afirma que indícios contra militares e agente da PF são “fortíssimos”
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, declarou nesta terça-feira (19) que os indícios contra quatro militares do Exército e um agente da Polícia Federal (PF) são “fortíssimos”. Eles foram presos preventivamente sob suspeita de planejar o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin, além de consolidar um golpe de Estado no Brasil.
“Os indícios da prática desses crimes são fortíssimos, até porque a prisão preventiva exige, primeiramente, a constatação da materialidade do crime. E isso foi constatado. E indícios fortes de autoria. Esses dados que são exigidos pela legislação processual penal estão presentes e serviram de fundamento para decretação da prisão preventiva. Os fatos são gravíssimos, absolutamente inaceitáveis e colocam em risco não apenas as instituições republicanas, mas a vida dos cidadãos brasileiros”, afirmou Lewandowski em entrevista na sede do ministério, em Brasília.
Operação Contragolpe
A Operação Contragolpe foi deflagrada pela PF no contexto das investigações sobre ações golpistas de apoiadores e ex-integrantes do governo do presidente Jair Bolsonaro. Os fatos ocorreram no final de 2022, quando Lula e Alckmin já haviam sido eleitos, mas ainda não tinham tomado posse. O plano também incluía o assassinato do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator das investigações por tentativa de golpe que resultaram nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Quem são os presos
A pedido da PF, o ministro Alexandre de Moraes autorizou a prisão preventiva do general da reserva Mário Fernandes e dos tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra Azevedo, todos integrantes das Forças Especiais do Exército. Também foi autorizada a prisão preventiva do agente da PF Wladimir Matos Soares, suspeito de envolvimento no plano. O general Fernandes atuou como chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República durante a gestão de Jair Bolsonaro.
O planejamento do golpe teve seu auge entre novembro e dezembro de 2022, com uma operação denominada “Copa 2022”. Segundo Lewandowski, a Polícia Federal está decepcionada com a participação de um de seus agentes no caso, destacando a gravidade das acusações contra os envolvidos.
Reação de Lula
O ministro da Justiça também informou que falou com o presidente Lula por telefone sobre a investigação da PF e descreveu a reação do mandatário como de surpresa e estupefação diante da dimensão do golpe planejado. Lula está retornando a Brasília após sediar a Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro e ainda não comentou publicamente a operação da Polícia Federal.
Quase materializado
Lewandowski reconheceu que os suspeitos estiveram muito perto de concretizar seus planos criminosos, especialmente contra o ministro Alexandre de Moraes, cujo apartamento funcional em Brasília foi vigiado pelos envolvidos. Ele ressaltou a importância de reforçar a segurança das autoridades diante da gravidade da situação.
O ministro da Justiça também mencionou as suspeitas de envolvimento de aliados diretos de Jair Bolsonaro, como o general Walter Braga Netto, afirmando que as investigações continuam em andamento. Ele destacou a gravidade do envolvimento de agentes de segurança do Estado em tentativas de golpe e assassinato de autoridades constituídas, classificando tais ações como inadmissíveis e fora do esperado.
Fonte: Agência Brasil
Já segue o macuxi nas redes sociais? Acompanhe todas as notícias em nosso Instagram, Twitter, Facebook, Telegram e também no Tiktok