Dois terços dos jovens não se identificam com esquerda ou direita
Segundo uma pesquisa realizada recentemente, dois terços dos jovens brasileiros, conhecidos como “nem-nem” – aqueles que não se identificam nem com a esquerda e nem com a direita – não consideram a questão ideológica como prioridade para se posicionar. De acordo com Arantes, responsável pelo estudo, essa aparente despolitização pode indicar um interesse dos jovens em pensar o mundo de forma diferente, fora do conflito político atual no Brasil.
Os entrevistados também foram questionados sobre suas afinidades político-partidárias em relação aos dois maiores adversários na vida política nacional atualmente. Dos entrevistados, 23% se declararam bolsonaristas ou mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto 28% se declararam petistas ou próximos aos ideais do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, o grupo mais expressivo foi o que não se posiciona em nenhuma dessas correntes, representando 33% dos entrevistados. Aqueles que não souberam ou preferiram não responder somaram 16%.
Por outro lado, a pesquisa revelou uma forte polarização entre os jovens que se reconhecem como sendo de direita ou de esquerda, principalmente em relação a temas comportamentais ou sociais. Por exemplo, 80% dos entrevistados de esquerda apoiam o direito ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, enquanto entre os entrevistados de direita esse índice cai para 27%. Em relação à ampliação das escolas cívico-militares, 68,6% dos jovens de direita apoiam a medida, enquanto entre os de esquerda a aprovação é de 26%. Já em relação às cotas nas universidades públicas, os esquerdistas são mais favoráveis à manutenção ou ampliação dessa política, com 66% de apoio, em comparação com 33% dos direitistas.
Ansiedade e depressão são os maiores problemas dos jovens brasileiros
De acordo com a pesquisa, problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, são os que mais afetam os jovens brasileiros, apontados por 38% dos entrevistados. Esse problema é um consenso entre diferentes grupos, como jovens de esquerda ou de direita, homens ou mulheres, de diferentes rendas, religiões, etnias, níveis de escolaridade e regiões do país. O estudo também apontou que os jovens com maior instrução, como os universitários, são os que mais apontam esse como sendo o maior problema, associando-o à pressão na vida acadêmica e às expectativas profissionais frustradas pela crise no mundo do trabalho.
Além disso, outros problemas citados pelos jovens incluem o consumo de drogas (28%), violência e criminalidade (25%), vício em celular, redes sociais ou jogos (24%), desemprego e trabalho precário (23%) e a falta de perspectiva para o futuro (22%), entre outros. Em pesquisas anteriores, o desemprego e o trabalho precário eram apontados como os maiores problemas, seguidos pela falta de perspectiva de futuro e pela ansiedade e depressão.
Fonte: Agência Brasil
Já segue o macuxi nas redes sociais? Acompanhe todas as notícias em nosso Instagram, Twitter, Facebook, Telegram e também no Tiktok