Riscos do Uso Indevido de Dispositivos Eletrônicos por Crianças e Adolescentes
Um grupo de trabalho (GT) instituído pelo governo federal abordará os riscos do uso indevido e abusivo de dispositivos eletrônicos por crianças e adolescentes. A portaria publicada no Diário Oficial da União designou membros de sete ministérios e 19 representantes da sociedade civil, academia e entidades especializadas no assunto para discutir questões relacionadas a esse tema.
O Objetivo do GT
O objetivo principal do GT é produzir um guia para o uso consciente de telas, oferecendo orientações para familiares, cuidadores e educadores. Além disso, esse trabalho servirá como base para a criação de políticas públicas nas áreas de saúde, educação, assistência social e proteção do público mais vulnerável.
A Importância da Iniciativa
De acordo com a Secretaria de Políticas Digitais da Presidência da República, entre 2019 e 2022, houve um aumento de 64% nas taxas de lesões autoprovocadas intencionalmente por crianças e adolescentes, em situações como tentativas de suicídio, relacionadas ao uso de telas conectadas à internet. A instalação do GT era aguardada por especialistas que enxergam como uma medida importante e urgente para promover um uso consciente de telas que envolva o Estado, a família e toda a sociedade.
A Presença das Telas na Vida das Crianças
A interação de crianças com dispositivos eletrônicos ocorre cada vez mais cedo e de forma abrangente. Dados apontam que cerca de um terço dos usuários da internet global são crianças e adolescentes. Em 2023, 95% das crianças e adolescentes de nove a 17 anos acessaram a internet. A presença nas redes sociais também é significativa, especialmente entre as crianças de nove a 10 anos.
Múltiplos Danos à Saúde e ao Desenvolvimento
O pediatra e sanitarista Daniel Becker, membro do GT, destaca os prejuízos causados pelo uso prolongado e inadequado de dispositivos eletrônicos. Ele cita desde danos físicos, como distúrbios visuais, sedentarismo e alterações no sono, até comprometimentos cognitivos e emocionais, como a falta de atenção e habilidades interpessoais. O contato precoce com as telas pode agravar esses problemas e até levar a distúrbios de aprendizagem e de atenção.
Políticas Públicas e Medidas Necessárias
Os especialistas indicam que o enfrentamento desses problemas não deve se limitar a medidas comportamentais, mas sim ser acompanhado pela garantia de direitos fundamentais. É essencial investir em políticas públicas que cuidem dos cuidadores, ampliando creches e oferecendo apoio a mães solo. Além disso, é necessário que escolas, famílias e o governo proporcionem atividades diversificadas para crianças e adolescentes, como esportes, cultura e contato com a natureza, visando ao desenvolvimento integral.
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