Declaração Final do G20 Social pressiona por medidas mais ambiciosas
A declaração final do G20 Social pressiona os governos dos países do grupo a adotarem medidas com objetivos mais ambiciosos. Diversas entidades e organizações da sociedade civil que participaram das discussões que subsidiaram a construção do documento avaliam a necessidade de um compromisso mais firme no enfrentamento das mudanças climáticas e das desigualdades.
Taxação dos super ricos como caminho para financiar políticas sociais e ambientais
A taxação dos super ricos é mencionada na declaração como um caminho para financiar políticas sociais e ambientais. O Observatório do Clima, rede que reúne diversas entidades ambientalistas da sociedade civil brasileira, destaca a importância desse debate como central.
“Os países do G20 são responsáveis por cerca de 80% das emissões dos gases de efeito estufa e concentram 80% da riqueza do mundo. Nenhum país pode alegar falta de recursos para financiamento climático se não taxar seus bilionários de forma justa. A taxação progressiva sobre os super-ricos é um passo crucial para financiar a adaptação à mudança do clima e a transição energética justa”, manifesta o Observatório do Clima.
Inovação do G20 Social e suas propostas
O G20 Social teve início na quarta-feira (14) e encerra neste sábado (16), sendo uma inovação instituída pelo governo brasileiro. O país preside o G20 pela primeira vez desde 2008, quando foi implantado o atual formato do grupo. Composto pelas 19 maiores economias do mundo, a União Europeia e mais recentemente a União Africana, o G20 Social integra as reuniões da sociedade civil à agenda oficial para ampliar o diálogo entre os líderes governamentais e a sociedade civil.
A programação dos três dias foi composta por atividades autogestionadas propostas por diferentes organizações sociais. A declaração final sintetiza as propostas de consenso do G20 Social, entregue ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, para ser levada aos governos de todas as nações na Cúpula dos Líderes do G20.
Discussão sobre taxação dos super ricos e prioridades brasileiras
A discussão sobre a taxação dos super ricos tem sido uma das prioridades assumidas pelo governo brasileiro. Em julho, a Trilha de Finanças do G20 aprovou sua declaração final com menções ao tema. O Brasil defende a adoção de um imposto mínimo sobre os super ricos para evitar uma guerra fiscal entre os países, embora haja resistências de representantes dos Estados Unidos.
A taxação dos super ricos é considerada legítima e urgente por Elisabetta Recine, coordenadora de relações internacionais da Rede Penssan, que destaca a importância de levar o tema para o conjunto dos países do G20. A taxação é vista como uma agenda que articula as demandas por justiça climática, justiça alimentar e justiça fiscal e tributária.
Protestos e mobilizações
O Observatório do Clima convoca um protesto para a manhã de segunda-feira (18), no Rio de Janeiro, para cobrar mais ambição no financiamento de ações sociais e ambientais. A iniciativa se conecta com a campanha “Taxa os Bi”, uma estratégia de pressão online para pressionar os líderes do G20 pela taxação de bilionários e destinação dos recursos para ações específicas.
Diversidade de temas na declaração final
Além da taxação dos super ricos, a declaração final do G20 Social pede novos esforços para combater desigualdades, fome e pobreza, e cobra compromissos como uma transição energética justa. O documento também defende reformas em instituições internacionais como a ONU e o FMI.
A inclusão dos principais temas em debate foi destacada por Renato Godoy, gerente de relações governamentais do Instituto Alana, que ressaltou a diversidade e qualidade dos debates ocorridos no âmbito do G20 Social.
Fonte: Agência Brasil
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