Fazenda revisa para baixo projeção da inflação para 4,8%

Ministério da Fazenda reduz projeção da inflação para 4,8% em 2025

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou para baixo a projeção da inflação para este ano, passando de 4,9% para 4,8% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A informação foi divulgada no Boletim Macrofiscal nesta quinta-feira (11).

Contexto econômico internacional

De acordo com a SPE, a redução na projeção da inflação se dá em meio ao excesso de oferta de bens em escala global, impactado pelo aumento nas tarifas comerciais, especialmente aquelas aplicadas ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O boletim ressalta que a menor inflação no atacado agropecuário e industrial, juntamente com os efeitos defasados do real mais valorizado, foram fatores que contribuíram para a revisão da previsão.

Expectativa para o IPCA e INPC

A projeção é de que o IPCA continue acima do teto da meta de inflação para o ano, estabelecida em 3% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para 2026, a estimativa é de que a inflação medida pelo IPCA se mantenha em 3,6%, convergindo para o centro da meta a partir de 2027.

No que diz respeito ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para cálculo do salário mínimo e correção de aposentadorias, a projeção se manteve em 4,7%, mesma estimativa do boletim anterior.

Revisão nas estimativas do IGP-DI e do crescimento do PIB

A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que engloba o setor atacadista, custo da construção civil e consumidor final, foi reduzida de 4,6% para 2,6% neste ano. Por refletir os preços no atacado, o IGP-DI é mais sensível às variações do dólar.

Quanto ao crescimento da economia brasileira em 2025, a expectativa foi revisada de 2,5% para 2,3%. O boletim justifica a revisão com base nos resultados abaixo do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, impactado por canais de transmissão da política monetária ao crédito e atividade.

“Esse quadro de desaquecimento da atividade econômica está associado à política monetária restritiva, levando à desaceleração do crédito. Com a taxa de juros básica em 15% ao ano, já se observou redução na expansão interanual das concessões reais de crédito de cerca de 10,5% no trimestre encerrado em dezembro de 2024 para 2,4% no trimestre encerrado em julho”, conforme aponta o boletim.

O boletim também destaca que a atividade econômica desacelerou significativamente no segundo trimestre, com queda na produção da indústria, construção e nos serviços prestados pelo governo. Houve desaceleração no consumo das famílias, consumo do governo e investimento.

As projeções de crescimento do PIB foram revisadas para 1,4% na indústria e 2,1% nos serviços. Já o PIB agropecuário teve sua projeção elevada de 7,8% para 8,3%, refletindo a maior produção esperada de milho, algodão e abate de bovinos, além dos impactos das tarifas adicionais dos EUA e do Plano Brasil Soberano.

Fonte: Agência Brasil

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