
Protocolo de saúde é reivindicado pelo MAB após estudo detectar contaminação em Brumadinho
Integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) defenderam neste sábado (25) a necessidade de criação de um protocolo de saúde para acompanhar a situação das populações afetadas pelo rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho. A reivindicação ocorre após um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) detectar elevação na presença de metais em amostras de urina de crianças de 0 a 6 anos que vivem na região afetada.
Rompimento da barragem completa 6 anos
Neste sábado (25), o rompimento da barragem completou exatos 6 anos. Para marcar a data, a Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho (Avabrum) organizou um ato no centro da cidade, encerrando uma semana de atividades em que cobraram por justiça. A manifestação contou com a presença do MAB.
Preocupação com a contaminação
“A contaminação das pessoas é um tema que nos preocupa muito. Essa lama tóxica tem se espalhado, criado consequências. A gente vê pessoas doentes em toda a bacia do Rio Paraopeba. O mesmo acontece na Bacia do Rio Doce, atingida em 2015 pelo rompimento da barragem do complexo da mineradora Samarco em Mariana. É urgente uma política específica de saúde aos atingidos por barragens”, acrescentou Joceli, integrante da coordenação do MAB.
Em Brumadinho, o colapso da estrutura liberou uma avalanche de rejeitos que gerou grandes impactos ambientais e socioeconômicos, afetando milhares de pessoas em diferentes municípios mineiros da bacia do Rio Paraopeba. Ao todo, foram perdidas 272 vidas, incluindo nessa conta dois bebês de mulheres que estavam grávidas.
Estudo da Fiocruz revela contaminação por metais em crianças
O estudo divulgado pela Fiocruz na sexta-feira (24) traz os resultados de análises de amostras de sangue e urina coletadas em 2023, quatro anos após a tragédia. Foi encontrado pelo menos um de cinco metais – cádmio, arsênio, mercúrio, chumbo e manganês – na urina de todas as crianças de 0 a 6 anos que foram avaliadas.
Em comparação com análises realizadas em 2021, notou-se uma piora do cenário. No caso do arsênio, por exemplo, o percentual total de crianças com níveis acima do valor de referência passou de 42% para 57%.
Os pesquisadores da Fiocruz recomendam uma avaliação médica para todos os participantes da pesquisa que apresentaram níveis acima dos limites biológicos recomendados, para que os resultados sejam analisados no contexto geral da sua saúde.
Em adultos, o arsênio foi detectado em níveis elevados em cerca de 20% das amostras de urina. É o metal que mais frequentemente aparece acima dos limites de referência. Na população adolescente, o percentual de amostras detectadas com metais acima dos valores de referência diminuiu de 2021 para 2023.
O estudo analisou ainda outros fatores como os diagnósticos médicos. Foi observado um aumento na prevalência de algumas condições, como colesterol alto e um grupo de doenças que inclui enfisema, bronquite crônica ou doença pulmonar obstrutiva crônica.
Fonte: Agência Brasil
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