
Atlas da Violência 2025: Interiorização da Violência Letal no Brasil
O recente Atlas da Violência 2025 revelou um fenômeno preocupante no Brasil: a desconcentração da violência letal das grandes cidades para municípios menores, impulsionada pelo avanço das facções criminosas. O levantamento, fruto da parceria entre o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), aponta para uma mudança significativa no cenário da criminalidade nacional.
Redução da Letalidade em Capitais e Avanço do Crime no Interior
Segundo o relatório, capitais como Fortaleza, São Luís, Goiânia, Cuiabá e o Distrito Federal apresentaram reduções expressivas de mais de 60% nas taxas de homicídios entre 2013 e 2023. Por outro lado, municípios médios e do interior, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, passaram a vivenciar um aumento da criminalidade, com disputas entre facções antes restritas às metrópoles.
Expansão Territorial das Facções e Conflitos
O Atlas destaca a presença das facções criminosas em todo o país, mencionando intensas disputas territoriais em estados como Bahia, Pernambuco, Amazonas e Amapá, onde grupos como Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC) atuam em aliança com facções locais. Em contrapartida, em regiões como São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina, a convivência entre grupos rivais é mais estável, com predominância do PCC.
Diversidade de Estratégias e Infiltração em Atividades Lícitas
O relatório ressalta a diversidade de estratégias adotadas pelas facções, apontando que grupos com estruturas mais estáveis tendem a conter o uso da violência, enquanto organizações menores recorrem a confrontos armados para afirmar poder. Além disso, o crime organizado tem se infiltrado em atividades lícitas, ameaçando o Estado Democrático de Direito.
Operação Contenção: Crítica ao Governo do Rio de Janeiro
O relatório faz uma crítica contundente ao governo do Rio de Janeiro pela Operação Contenção realizada nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou na morte de 121 pessoas. O documento alerta para a falta de efetividade dessas ações policiais baseadas na brutalidade, que contribuem negativamente para a segurança pública, gerando danos materiais e perda de vidas humanas.
O custo social da operação vai além das vidas perdidas, afetando o comércio, transporte, escolas e postos de saúde, além de aumentar a sensação de insegurança na região. O relatório destaca a necessidade de integração entre as agências de segurança pública e alerta para possíveis repercussões no mercado criminal em outros estados.
Fonte: Agência Brasil
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