Dólar fecha maio em R$ 5,25, com alta de 1,13%

Dólar fecha o dia em alta firme no mercado doméstico

Apesar de moderar levemente os ganhos ao longo da tarde, o dólar encerrou o dia em alta firme no mercado doméstico, destoando do sinal predominante de baixa da moeda americana no exterior. Dados de inflação nos EUA em linha com o esperado sugeriram espaço para corte de juros pelo Federal Reserve neste ano e levaram à redução das taxas dos Treasuries.

Prêmios de risco locais e questões técnicas impactam o mercado

Além do aumento crescente de prêmios de risco locais associados à taxa de câmbio, diante da percepção de piora do quadro fiscal e de desancoragem das expectativas de inflação, questões técnicas ajudam a explicar o tombo do real hoje. Operadores citam a disputa pela formação da última taxa ptax de maio, na primeira etapa de negócios, e a rolagem e a cobertura de posições típicas de fim de mês.

Remessas de recursos e baixa do minério de ferro também influenciam

Houve também relatos de remessas de recursos para fora por parte de grandes investimentos estrangeiros, com efeitos turbinados pela liquidez mais reduzida no segmento spot, num pregão espremido entre o dia de Corpus Christi ontem e o fim de semana. Além disso, a baixa do minério de ferro, com dados fracos de atividade na China, prejudicou o Ibovespa e ajudou a jogar o dólar para cima.

Dólar encerra em alta e real tem pior desempenho entre emergentes

Com máxima a R$ 5,2585, o dólar à vista encerrou a sessão desta sexta-feira, 31, em alta de 0,81%, cotado a R$ 5,2508, maior valor de fechamento desde 16 de abril (R$ 5,2688). Em razão dos ganhos de 1,60% nesta semana, a divisa encerra o mês com valorização de 1,13%. O real apresentou hoje e em maio o pior desempenho entre as divisas emergentes e de países exportadores de commodities relevantes.

Análises de especialistas e projeções para o futuro

O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, afirma que há uma “certa indigestão disseminada” em relação aos ativos domésticos que prejudicou o real ao longo de maio. Borsoi enfatiza várias razões que podem explicar o comportamento do mercado, incluindo questões fiscais e ruídos em torno da política monetária brasileira.

No exterior, indicadores como o índice de gastos com consumo nos EUA e projeções sobre cortes de juros pelo Fed impactam as negociações. O economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, aponta a tendência de uma perda de força global do dólar ao longo de junho, o que pode beneficiar moedas de países emergentes como o Brasil.

Para o futuro, as sinalizações do Banco Central e o diferencial de juros interno e externo serão pontos-chave a serem observados pelos investidores. No entanto, questões fiscais e incertezas políticas continuam a ser fatores limitantes para a valorização do real.

Já segue o macuxi nas redes sociais? Acompanhe todas as notícias em nosso Instagram, Twitter, Facebook, Telegram e também no Tiktok