Governo de Javier Milei é acusado de não distribuir alimentos para os comedores na Argentina
O governo de Javier Milei tem sido alvo de críticas na Argentina devido à falta de distribuição de alimentos para os restaurantes populares, conhecidos como comedores, levando os produtos a chegarem próximo à data de vencimento. O caso gerou uma crise política que resultou na demissão do secretário de Crianças e Adolescentes do Ministério do Capital Humano, Pablo De la Torre, apontado como responsável pela distribuição dos mantimentos. Diante das acusações, Milei veio a público para defender a ministra da pasta, Sandra Pettovello, atribuindo as críticas à oposição.
Crise nos comedores comunitários
O governo respondeu às acusações afirmando que foi aberta uma auditoria para investigar o caso dos alimentos próximos do vencimento, culpando funcionários por falhas no controle de estoque e vencimento de mercadorias. A crise teve início com a falta de repasses para os comedores comunitários, resultando no fechamento de ao menos 32 estabelecimentos que alimentavam mais de 8 mil pessoas em situação de pobreza em Buenos Aires. A associação civil ERA, que atendia mais de 3 mil crianças e adolescentes com alimentos gratuitos, também foi obrigada a fechar os 13 comedores que mantinha.
Demanda por repasses
De acordo com a organização Interredes, existem 183 instituições que distribuem alimentos gratuitos para mais de 20 mil pessoas e estão com risco de fechar as portas por falta de repasses do governo. A exigência imediata por repasses de recursos e mercadorias para manter o funcionamento dos comedores comunitários foi destacada pela Interredes, que apontou a fome como um crime diante da situação.
Fome na Argentina e críticas ao governo
Um estudo da Universidade Católica Argentina revelou que a pobreza no país atingiu o maior nível em 20 anos, com 57,4% da população vivendo abaixo da linha da pobreza. A inflação continua sendo um desafio, com números ainda altos e argentinos recorrendo a alimentos descartados para sobreviver. A estratégia econômica de Milei, baseada em cortes de investimentos e gastos do Estado, tem recebido críticas de economistas heterodoxos que apontam para o impacto negativo sobre os mais pobres.
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