O impacto da enchente histórica no centro de Porto Alegre

O recuo das águas do Guaíba no centro histórico de Porto Alegre começou a mostrar a dimensão do estrago causado pela enchente histórica que atingiu a capital há duas semanas. Ainda sem energia elétrica, o trabalho dos últimos dias na região mais antiga da cidade tem sido a limpeza urbana e dos próprios estabelecimentos.

Comerciantes enfrentam desafios após a enchente

“Do jeito que está, vou levar a semana toda para poder organizar, limpar e montar a loja novamente”, prevê Vespasiano de Menezes Neto, gerente de uma farmácia nas proximidades do Mercado Público da capital, este ainda alagado e fechado. Na tarde dessa segunda-feira (20), Neto liderava um grupo de funcionários em uma pesada limpeza do estabelecimento, ainda impregnado por lama fétida. Pelo chão, caixas de medicamentos e produtos de higiene.

A poucos metros dali, na parte de trás da Praça 15 de Novembro, o bazar de artigos populares da chinesa Li Hong Shia estava no quarto dia de limpeza, com muito a ser feito. Um dos funcionários da loja, Edson Nunes, diz que houve poucas horas para se preparar antes da subida das águas do Guaíba. A previsão de Nunes é de que a loja só consiga reabrir ao público em cerca de 10 dias.

Necessidade de apoio para a reconstrução dos negócios

Abalados com a extensão dos danos ao comércio, lojistas aguardam mais apoio do poder público no processo de reerguer os negócios. Li Hong Shia, dona de um bazar na Praça 15 de Novembro, cobra um ajuste nos impostos para poder pagar os funcionários.

Proprietário de uma ótica na Avenida Otávio Rocha, Paulo Roberto afirma que é essencial contar com apoio direto dos governos para recuperar os negócios. Vespasiano destaca a importância de perdão ou renegociação dos débitos para que os comerciantes consigam se reerguer.

Medidas de apoio anunciadas

O governo federal adotou medidas para auxiliar os comerciantes gaúchos afetados, como a prorrogação dos prazos de vencimento dos tributos federais e dos parcelamentos. Além disso, o Comitê Gestor do Simples Nacional e a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional também estenderam prazos e suspenderam cobranças.

No âmbito estadual, a Secretaria da Fazenda (Sefaz) e a prefeitura de Porto Alegre flexibilizaram o pagamento de tributos e prorrogaram vencimentos. O Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre lançou uma campanha online para fortalecer os pequenos negócios.

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