16ª Cúpula do Brics amplia bloco e fortalece geopolítica internacional

Com a ampliação do Brics definida na 16ª cúpula em Kazan, na Rússia, o bloco ganha peso na geopolítica, se torna uma alternativa de interação para países menos desenvolvidos e fortalece a união de nações com diferentes regimes políticos e econômicos. Já o Brasil teve importante trunfo ao conquistar a indicação de mais um mandato para o banco do Brics.

Consolidação do Brics

Essas são algumas avaliações de especialistas em Brics consultados pela Agência Brasil. A reportagem questionou quais foram os principais resultados da primeira cúpula com os novos membros plenos – Irã, Egito, Emirados Árabes Unidos e Etiópia – e que definiu mais 13 possíveis membros associados, entre eles, Cuba, Bolívia, Turquia, Nigéria e Indonésia.

Para a coordenadora do grupo de pesquisa sobre Brics da PUC do Rio de Janeiro, professora Maria Elena Rodríguez, a 16ª cúpula consolida ainda mais o bloco e apresenta com mais força a insatisfação de boa parte do planeta com o sistema atual.

Uma alternativa para o Sul Global

O professor de ciência política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Fabiano Mielniczuk, afirmou que o Brics tornou-se uma alternativa para os países do Sul Global, apresentando opções fora da ordem liberal internacional estabelecida em Bretton Woods após a Segunda Guerra Mundial.

Reunião de diferentes

Mielniczuk destacou que o Brics cresce unindo atores com regimes políticos e econômicos diferentes e serve como plataforma para facilitar a conversa e cooperação entre nações em atrito, como China e Índia, Armênia e Azerbaijão, Egito e Etiópia.

O papel do Brasil

O convite para a ex-presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, continuar no Banco do Brics foi um reconhecimento do prestígio do país, resultando em uma política vitoriosa das relações exteriores do Brasil. O desafio para o Brasil, que assume a liderança do bloco, será enorme diante de uma organização mais ampla e consolidada.

Rússia e o Brics

Outro resultado da cúpula do Brics foi mostrar que a Rússia não está isolada por causa da guerra na Ucrânia. Para muitos especialistas, a cúpula não foi apenas um triunfo para a Rússia, mas para o Brics como um todo, demonstrando a consolidação e protagonismo do bloco.

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