CNJ promove mutirão para avaliação de 500 mil processos penais.

Relatório preliminar do CNJ aponta revisão de mais de 496 mil processos penais em tribunais de Justiça

Trinta tribunais de Justiça estaduais e regionais federais do país receberam nesta semana um relatório preliminar do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a revisão de 496.765 processos penais. Dentre os processos a serem analisados, quatro tipos específicos foram destacados para revisão pelos tribunais.

Concessão de indultos de Natal

Mais de 324 mil processos, o que corresponde a 65% do total, estão relacionados à concessão de indultos de Natal para pessoas presas por crimes sem uso de violência ou grave ameaça. Apenas 13% dos casos analisados são considerados graves, sendo necessário uma avaliação minuciosa por parte dos tribunais.

Porte de maconha em presídios

Cerca de 65 mil casos estão relacionados a pessoas flagradas portando maconha ou cultivando a planta dentro dos presídios e que estão respondendo procedimento disciplinar por esse motivo. Os tribunais deverão avaliar se o porte era de até 40 gramas da droga ou se o flagrante foi de mais de seis pés de planta de maconha, volumes considerados pelo Supremo Tribunal Federal como “ilícito administrativo” e não penal.

Prisões preventivas e execução penal

Os tribunais também deverão rever a manutenção de prisões preventivas, sem qualquer condenação portanto, com duração maior que um ano. Além disso, processos de execução penal em que não haja mais pena restante a cumprir ou que a pena está prescrita, bem como processos que caberiam progressão de regime ou livramento condicional, serão avaliados.

Atuação do CNJ

O Conselho Nacional de Justiça foi criado pela Emenda Constitucional 45, no ano de 2004, e iniciou suas atividades em junho de 2005. Desde 2008, o CNJ realiza mutirões para revisão de processos. No ano passado, 80 mil processos foram revisados pelos tribunais e 21 mil pessoas tiveram reconhecido o direito à alteração no regime de pena.

Exclusão de casos

É importante ressaltar que os processos em revisão não incluem casos dos tribunais de justiça da Bahia, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, que não prestaram informações para a elaboração do relatório preliminar do CNJ.

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