Brasil estabelece política nacional para migrantes e refugiados

Política Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia é elogiada pela ONU

A Política Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia (PNMRA), lançada pelo governo federal por meio de decreto na quarta-feira (8), recebeu elogios do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados da ONU (Acnur) nesta quinta-feira (9).

“Marco histórico” para inclusão e acolhimento

De acordo com o Acnur, a PNMRA representa um “marco histórico” para a inclusão e o acolhimento de grupos de pessoas que buscam reiniciar a vida em território brasileiro por diversos motivos.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJ) destaca que a nova política reconhece a complexidade dos fluxos migratórios contemporâneos, caracterizados por deslocamentos forçados em larga escala e diversidade de nacionalidades, motivados por crises humanitárias, econômicas, ambientais e políticas.

A PNMRA articula órgãos e entidades da União, Estados, do Distrito Federal e dos municípios para incluir o público migrante em ações e programas, como o Sistema Único de Saúde (SUS), assistência social e educação, além de favorecer iniciativas de geração de emprego e renda.

Plano Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia

O Ministério da Justiça e Segurança Pública destacou que, como instrumento de implementação da PNMRA, será elaborado o 1º Plano Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia, que detalhará ações, metas e indicadores para os próximos quatro anos.

O plano definirá as estratégias de operacionalização da política, consolidando o compromisso do Estado brasileiro com a gestão humanitária e sustentável da migração, a partir da implementação de políticas públicas baseadas em evidências.

Acnur elogia o Brasil

O representante da Acnur no Brasil, Davide Torzilli, parabenizou o Brasil pelo avanço na construção e publicação da nova política nacional, destacando os esforços do governo federal em ampliar e aprimorar mecanismos de inclusão e acolhimento para refugiados, migrantes e apátridas.

Segundo Torzilli, a iniciativa representa um importante marco que deve ser celebrado por ampliar a proteção e integração dessas pessoas.

O Brasil reafirma sua posição de liderança regional e internacional ao garantir um marco legal e institucional sólido, capaz de orientar políticas públicas inclusivas para refugiados, migrantes e apátridas, promovendo a integração local e a proteção de pessoas em situação de vulnerabilidade.

Governança da PNMRA

A coordenação da PNMRA ficará a cargo do Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Justiça (Senajus), em parceria com outros órgãos governamentais como os ministérios do Trabalho e Emprego, Educação, Saúde, Relações Exteriores, Direitos Humanos e da Cidadania, e Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

A governança da PNMRA está organizada em três eixos centrais:

  1. Coordenação governamental, com instâncias de planejamento, monitoramento e avaliação;
  2. Participação social, garantindo o protagonismo de migrantes, refugiados, apátridas e organizações da sociedade civil;
  3. Articulação interfederativa, por meio do diálogo e cooperação entre União, estados e municípios para implementação integrada das ações.

O decreto também cria mecanismos institucionais como o Comitê Executivo Federal e o Conselho Nacional de Migração (CMIg) para articular órgãos do Executivo e promover a participação social paritária.

Fonte: Agência Brasil

Já segue o macuxi nas redes sociais? Acompanhe todas as notícias em nosso Instagram, Twitter, Facebook, Telegram e também no Tiktok