Brasil condena invasão da embaixada mexicana no Equador

Governo do Brasil condena ingresso de forças policiais do Equador na Embaixada do México em Quito

O governo do Brasil manifestou repúdio ao ingresso de forças policiais do Equador na Embaixada do México, na capital equatoriana, Quito, na noite desta sexta-feira (5) e ainda demonstrou solidariedade ao governo mexicano diante do ocorrido. Segundo nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil, a ação constitui clara violação à Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, que estabelecem que locais de missões diplomáticas são invioláveis.

A medida levada a cabo pelo governo equatoriano constitui grave precedente, cabendo ser objeto de enérgico repúdio, qualquer que seja a justificativa para sua realização

Os dois lados

Pela rede social X, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, declarou a imediata suspensão das relações diplomáticas entre os governos do México e Equador em resposta ao ocorrido. Segundo relato de López Obrador, a polícia equatoriana entrou à força no posto diplomático do México e deteve o ex-vice-presidente equatoriano Jorge David Glas Espinel, refugiado nas instalações mexicanas e que estava com um pedido de concessão de asilo em tramitação devido à perseguição e assédio sofridos.

Isto é uma violação flagrante do direito internacional e da soberania do México, sobre o que classificou como ato autoritário.

Por outro lado, a página oficial do governo do México adiantou que já orientou o embaixador mexicano em Quito a proceder com a interrupção das relações diplomáticas legalmente. Enquanto isso, o governo do Equador, por meio de sua conta oficial na rede X, postou uma nota pública defendendo a soberania nacional, alegando que Jorge Glas Espinel foi condenado à prisão pela Justiça equatoriana e que não pode ser considerado um perseguido político, colocando-o sob as ordens das autoridades competentes do país.

Ambos os governos manifestaram suas posições em relação ao incidente, ressaltando a importância da soberania nacional e do respeito às normas internacionais.

A crise

O Equador enfrenta uma crise decorrente de conflitos armados provocados por organizações criminosas há meses. Em janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu ajuda ao governo equatoriano em áreas como inteligência e segurança, em conversa telefônica com o presidente daquele país, Daniel Noboa. A cooperação brasileira buscava contribuir para a resolução dos problemas enfrentados pela nação sul-americana.

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