BNDES amplia carteira de crédito e lucra R$2,7 bi no 1º tri

BNDES registra lucro recorrente de R$ 2,7 bilhões no primeiro trimestre de 2023

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) obteve um lucro recorrente de R$ 2,7 bilhões nos primeiros três meses deste ano, representando um aumento de 58,82% em comparação com o mesmo período de 2023, quando o lucro foi de R$ 1,7 bilhão. Além disso, a instituição viu sua carteira de crédito se expandir e seu patrimônio líquido alcançou a marca de R$ 155 bilhões, registrando um aumento de 17,39% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

Apresentação dos números e destaque para a inadimplência mínima

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (9) no Rio de Janeiro. Durante a apresentação, o diretor financeiro e responsável pelo crédito digital para micro, pequenas e médias empresas do BNDES, Alexandre Abreu, ressaltou a taxa de inadimplência extremamente baixa de 0,00001%. “Nunca imaginei que teria que anunciar algo assim”, comentou Abreu, referindo-se ao índice. Ele explicou que apenas R$ 395 mil estão em atraso de uma carteira de crédito totalizando R$ 520 bilhões.

“É bastante incomum ver uma combinação que envolva um aumento do lucro recorrente, a redução de uma inadimplência já baixa e o crescimento no volume de empréstimos e carteira”, acrescentou Abreu, classificando o resultado como excelente.

Desempenho financeiro e fatores extraordinários

O lucro recorrente é calculado sem considerar eventos extraordinários e se concentra nas transações mais regulares. “O desempenho foi impulsionado pela intermediação financeira, que é a atividade principal do banco. Portanto, o resultado decorreu principalmente das operações de crédito”, observou Abreu.

Além disso, o balanço reflete em parte os resultados de participações societárias, que contribuíram com um adicional de R$ 200 milhões. O BNDES detém atualmente R$ 73,9 bilhões em ações, sendo destacadas participações de 52% na Petrobras, 14% na JBS, 11% na Eletrobras e 8% na Copel. Por outro lado, despesas com tributos aumentaram, mas tiveram impacto limitado no resultado global.

Carteira de crédito em destaque

A carteira de crédito expandida atingiu a marca de R$ 520,4 bilhões, refletindo um incremento de 8,64% em relação ao primeiro trimestre de 2023. O balanço também revela aumentos significativos nas consultas (68%), aprovações (91%) e desembolsos (22%). O BNDES descreve esse desempenho como o melhor em 10 anos.

Aprovações totalizaram R$ 6,9 bilhões para a indústria (crescimento de 189%), R$ 6,8 bilhões para a agropecuária (50% a mais), R$ 6,6 bilhões para infraestrutura (expansão de 97%) e R$ 4,4 bilhões para comércio e serviços (65% a mais).

“A distribuição foi ampla, sem foco excessivo em um setor. Todos os segmentos da economia foram contemplados”, destacou Abreu. Os dados indicam que 52,2% das aprovações envolveram micro, pequenas e médias empresas.

Considerações sobre mudanças e perspectivas

Alexandre Abreu ressaltou as mudanças ocorridas sob a gestão do atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, que assumiu o cargo no início do governo do presidente Lula. “Observamos uma tendência de redução da carteira até a nossa chegada em 2023, quando começamos a reerguer a instituição. Também aumentamos os desembolsos e o crédito voltou a crescer”, explicou.

Mercadante endossou os resultados positivos e enfatizou a importância do banco para a indústria nacional. “Quando assumimos, havia uma desconfiança em relação à indústria. Porém, a indústria foi o setor com maior crescimento de crédito aprovado nesse trimestre. Esse é o papel histórico do BNDES. O país precisa se reindustrializar”, afirmou.

O presidente do BNDES ainda mencionou algumas iniciativas em andamento, como um investimento previsto de R$ 130 bilhões na indústria automotiva e a implantação de ônibus elétricos em 95 municípios. Mercadante pontuou que outros setores também planejam anunciar grandes volumes de investimentos até o final do mês.

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