Adaptação das cidades à crise climática: mudança de paradigma

Reconstrução das cidades gaúchas diante da crise climática

A reconstrução das cidades gaúchas e a adaptação dos territórios urbanos à crise climática exigem uma mudança de paradigma, com estratégias de mitigação de impactos climáticos em confluência com a preservação dos recursos naturais e modelos baseados em soluções da natureza. A avaliação é de especialistas ouvidos pela Agência Brasil.

Cooperação para a reconstrução das cidades

O coordenador de Justiça Climática do Greenpeace Brasil, Igor Travassos, reforça que é preciso adaptar-se à realidade dos eventos climáticos extremos. Destaca a importância de reconstruir as cidades afetadas pelas enchentes no Sul do país de forma participativa, envolvendo a população e pesquisadores.

Ele ressalta que a prevenção e resposta a esses eventos devem ser prioridades políticas em todos os níveis de governo, garantindo o direito constitucional à vida das pessoas que são diretamente afetadas por essas crises climáticas.

Necessidade de investimento e ação direta

Travassos também aponta a importância de colocar em prática os planos de prevenção e adaptação às mudanças climáticas, ressaltando o valor simbólico e concreto dessas iniciativas. Destaca a necessidade de vontade política e investimento público para efetivar esses planos e garantir a segurança da população.

Com base nos dados da Lei Orçamentária Anual (LOA) do Rio Grande do Sul, o Greenpeace Brasil identificou a necessidade de maior destinação de recursos para a Defesa Civil, considerando a gravidade das situações climáticas extremas enfrentadas pela região.

Ações locais e estratégias de adaptação

Apesar da importância de um plano nacional de adaptação às mudanças climáticas, o especialista ressalta que cada território precisa de estratégias específicas, considerando suas características geográficas, hidrológicas e sociais. Destaca a importância de análises e mapeamento de risco para orientar a tomada de decisões.

Estratégias de drenagem e soluções naturais

O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Paulo Pellegrino, destaca a necessidade de rever os modelos de drenagem das cidades, priorizando a retenção e absorção da água pelas áreas urbanas. Ele ressalta a importância de criar espaços permeáveis e estruturas amigáveis às águas, seguindo modelos baseados nas soluções da natureza.

Pellegrino cita exemplos de cidades que estão adotando práticas sustentáveis para lidar com as chuvas intensas, como a criação de parques alagáveis e áreas de recuperação ambiental. Destaca a importância dessas soluções não apenas para mitigar os impactos das enchentes, mas também para promover o bem-estar e a qualidade de vida na cidade.

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