Justiça agenda audiências do caso criminal de Brumadinho

Justiça define calendário de audiências sobre o rompimento da barragem em Brumadinho

A Justiça Federal em Belo Horizonte definiu o calendário de audiências de instrução sobre o caso do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, no município de Brumadinho, em janeiro de 2019. A lama destruiu parte da cidade mineira e 272 pessoas morreram soterradas. A avalanche de rejeitos alcançou o rio Paraopebas e atingiu outros municípios.

Audiências programadas

Com a rejeição das tentativas das defesas dos 15 réus de anular o processo, as audiências ocorrerão entre fevereiro de 2026 e maio de 2027. Nesta fase do processo, serão ouvidas testemunhas e acusados pelas mortes.

Desmembramento dos processos

A decisão mantém o desmembramento dos processos, estabelecido em 2023, com uma ação voltada aos homicídios qualificados e duas outras dedicadas aos crimes ambientais atribuídos à Vale, operadora da barragem, e à consultora TÜV SÜD.

Depoimentos e interrogatórios

As primeiras testemunhas a serem ouvidas serão familiares de vítimas fatais. Entre elas Nayara Cristina Dias Porto, presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos (Avabrum). Também prestarão depoimentos sobreviventes, bombeiros, engenheiros, peritos e testemunhas estrangeiras, com apoio de intérpretes.

Os interrogatórios dos réus estão marcados para ocorrer entre março e maio de 2027, com parte deles sendo realizada por carta rogatória para os acusados que vivem fora do país. As audiências acontecerão no Tribunal Regional Federal da 6ª Região, em Belo Horizonte.

Repercussão

Para a Avabrum, a decisão representa um marco na luta por justiça após anos de impasses e manobras jurídicas. Segundo Nayara Porto, o momento simboliza esperança e resistência para as famílias das vítimas.

“A definição das audiências é uma vitória de todos que têm resistido desde 2019 para que a verdade venha à tona e os responsáveis sejam julgados. Esperamos que o cronograma seja respeitado e que a Justiça finalmente reconheça o tamanho da dor e das perdas que sofremos. Cada passo nesse processo é um ato de memória e de compromisso com as 272 vidas que foram ceifadas em Brumadinho”, conclui.

Fonte: Agência Brasil

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