Israel bloqueia estrada para Gaza e impõe ultimato aos habitantes

Tanques israelenses bloqueiam estrada principal para Cidade de Gaza

Tanques israelenses bloquearam a estrada principal para a Cidade de Gaza, nesta quinta-feira (2), impedindo o retorno daqueles que deixaram a cidade. O ministro da Defesa, Israel Katz, disse que esta era a última chance para centenas de milhares de pessoas que ainda estavam lá dentro escaparem.1759437564 515 ebc

Ofensiva de Israel e a população de Gaza

Israel ordenou que toda a população de um milhão de pessoas da Cidade de Gaza se dirigisse ao sul, enquanto organiza uma das maiores ofensivas da guerra, prometendo erradicar os combatentes do Hamas no que diz serem seus últimos bastiões na maior área urbana de Gaza.

Moradores disseram à Reuters que tanques montaram barreiras de areia na estrada principal ao sul da Cidade de Gaza. As pessoas estavam sendo autorizadas a sair, mas aquelas que haviam feito isso em busca de comida ou abrigo temporário não estavam mais autorizadas a retornar.

“Última oportunidade para os moradores de Gaza”

“Esta é a última oportunidade para os moradores de Gaza que desejam ir para o sul e deixar os agentes do Hamas isolados na própria Cidade de Gaza diante das contínuas operações em larga escala das IDF”, disse o Ministro da Defesa israelense em um comunicado, referindo-se às Forças de Defesa de Israel.

Aqueles que saíssem seriam submetidos à verificação militar, disse Katz.

“Não vamos partir”

As Nações Unidas estimam que 600 mil a 700 mil pessoas ainda estejam dentro da Cidade de Gaza, depois que cerca de 400 mil fugiram nas últimas semanas, enquanto as forças israelenses avançavam, destruindo prédios em seu caminho.

Alguns moradores contatados pela Reuters disseram que a medida para impedir que as pessoas retornassem à Cidade de Gaza aumentou a determinação delas de ficar.

“Não vamos embora. Ontem, um drone jogou granadas no telhado do nosso prédio, mas não vamos embora”, disse Hani, 24 anos, que mora na Cidade de Gaza e pediu para ser identificado apenas pelo primeiro nome por questões de segurança.

“Temos medo de que, se partirmos, nunca mais vejamos nossa Cidade de Gaza.”

Ataques e impacto na população

Aviões e tanques israelenses continuaram a bombardear a Cidade de Gaza. O Ministério da Saúde de Gaza informou que os disparos israelenses mataram pelo menos 77 pessoas nas últimas 24 horas.

Médicos disseram que um desses ataques matou nove pessoas nesta quinta-feira, incluindo cinco da mesma família, perto de uma cozinha comunitária em Al-Mawasi – área costeira do sul que Israel designou como “zona humanitária” para centenas de milhares de moradores forçados a fugir de outras partes de Gaza.

Impacto na capacidade médica em Gaza

O Ministério da Saúde de Gaza disse que a intensificação dos ataques terrestres de Israel estava prejudicando a capacidade de tratar os doentes e feridos, depois que quatro instalações médicas foram forçadas a fechar.

Médicos do principal hospital da Cidade de Gaza, o Al Shifa, disseram que foram forçados a reduzir os serviços devido aos constantes bombardeios israelenses ao redor da unidade, com pacientes vulneráveis temendo que o hospital tenha que fechar em breve.

“Se este departamento for fechado, isso significará a morte dos pacientes. Nossas vidas acabarão. Este departamento representa a vida para nós”, disse Medhat Elewah, um paciente renal, em um vídeo filmado dentro do hospital, obtido pela Reuters.

Israel iniciou sua ofensiva em Gaza após o ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, no qual cerca de 1,2 mil pessoas foram mortas e 251 foram levadas como reféns para Gaza, de acordo com contagens israelenses.

A campanha de Israel matou mais de 66 mil pessoas em Gaza, conforme as autoridades de saúde do enclave.

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