
Ministros do Brics se opõem à guerra tarifária global, afirma chanceler brasileiro
A reunião dos ministros das Relações Exteriores do Brics terminou sem uma declaração conjunta, mas com um consenso entre os 11 países membros e convidados em relação à oposição à guerra tarifária global. De acordo com o chanceler brasileiro Mauro Vieira, houve um firme rechaço ao protecionismo comercial e ao uso de medidas não tarifárias sob pretextos ambientais. A reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC) e o pleno funcionamento de seu órgão de solução de controvérsias foram destacados como essenciais por Vieira.
Posicionamento do Brasil
Questionado sobre se a disputa tarifária entre China e Estados Unidos poderia beneficiar o Brasil, o chanceler preferiu ressaltar o posicionamento do país em relação ao respeito às normas globais. Ele enfatizou a importância da relação entre Brasil e China, assim como com outros países, baseadas no direito internacional e no respeito às regras estabelecidas.
O documento final do encontro no Rio de Janeiro foi assinado apenas pela presidência brasileira do Brics, como uma forma de dar mais peso à Cúpula de Líderes que ocorrerá em julho. Segundo Mauro Vieira, houve compromissos e acordos com os demais ministros presentes, e a declaração oficial será negociada com cuidado e precisão para a reunião dos chefes de estado em julho.
Pautas prioritárias
O encontro foi marcado por um forte engajamento político e busca por soluções para o Brics e o Sul Global, especialmente no contexto da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30) sediada pelo Brasil. A participação da Indonésia como membro efetivo pela primeira vez foi saudada como um sinal da busca por maior diversidade, representatividade e justiça global.
O chanceler destacou as diferentes manifestações em defesa do fortalecimento da Organização das Nações Unidas (ONU), principalmente do Conselho de Segurança. O grupo pede mais participação da Ásia, África e América Latina em todos os sistemas multilaterais, incluindo a OMC, FMI e Banco Mundial.
Mauro Vieira alertou para a necessidade de uma nova arquitetura de cooperação global para enfrentar desafios importantes, destacando áreas como saúde, crise climática e governança da inteligência artificial. Segundo ele, o Brics pode ser protagonista e coordenar ações concretas nessas áreas.
Fonte: Agência Brasil
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