Alckmin: ‘Olho por olho deixa todos cegos’


Decisão dos EUA de sobretaxar aço e alumínio prejudicará o Brasil, afirma vice-presidente

A sobretaxação em 25% do aço e do alumínio pelos Estados Unidos não foi decidida por causa do Brasil, mas prejudicará o país e o comércio global, afirmou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, nesta quinta-feira (13).

Críticas à decisão de Trump

Alckmin classificou de “equivocada” a decisão do governo de Donald Trump em sobretaxar o aço e o alumínio, destacando que o comércio exterior deve ser baseado em ganha-ganha e reciprocidade. Ele ressaltou a importância do diálogo para resolver conflitos comerciais.

“Entendemos que o caminho não é olho por olho. Se fizer olho por olho, vai ficar todo mundo cego. Comércio exterior é ganha, ganha. Ganha quem tem mais competitividade para exportar e ganha o conjunto da sociedade. O caminho é a reciprocidade e buscar diálogo”, declarou o vice-presidente após anunciar a confirmação da tarifa zero para nove tipos de alimentos.

Superávit comercial dos EUA com o Brasil

O vice-presidente ressaltou que os Estados Unidos possuem superávit comercial com o Brasil, com tarifa zerada para a maioria dos produtos. Ele destacou que a medida de aumentar as tarifas de aço e alumínio não foi especificamente contra o Brasil, mas sim uma decisão geral.

Nos dois primeiros meses de 2025, o Brasil acumulou um déficit comercial de US$ 342,9 milhões com os Estados Unidos, com a segunda maior economia do planeta exportando mais para o Brasil do que importa.

“Contando bens e serviços, o superávit comercial dos Estados Unidos com o Brasil (déficit do Brasil com os Estados Unidos) chega a US$ 25 bilhões”, acrescentou Alckmin.

Tarifas e isenções

Alckmin ressaltou que dos dez produtos mais vendidos pelos Estados Unidos para o Brasil, oito possuem tarifa zero devido à lista de ex-tarifários. Essa lista isenta de Imposto de Importação bens de capital e bens de telecomunicações. A tarifa média aplicada pelo Brasil aos produtos norte-americanos está em 2,7%, com 72% das exportações dos EUA entrando no Brasil com alíquota zero.

Fonte: Agência Brasil

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