Cinco mortos em mercado de Natal após carro invadir na Alemanha

Carro invade mercado de Natal na Alemanha deixando ao menos cinco mortos

Suspeito de atentado é psiquiatra saudita de 50 anos

Um motorista avançou em alta velocidade contra um mercado de Natal na cidade alemã de Magdeburgo, no estado da Saxônia-Anhalt, leste da Alemanha, matando ao menos cinco pessoas e deixando mais de 200 feridas na noite desta sexta-feira (20/12).

Atentado em Magdeburgo

O caso aconteceu pouco depois das 19h (15h de Brasília) e está sendo tratado pelas autoridades inicialmente como suspeita de atentado, informaram porta-vozes dos governos municipal e estadual.

O governador da Saxônia-Anhalt, Reiner Erich Haseloff, havia confirmado na noite de ontem duas mortes e falou em 68 feridos. Na manhã de sábado, autoridades informaram que mais duas pessoas haviam morrido em decorrência de ferimentos. Uma quinta vítima foi confirmada por Haseloff no início da tarde desta quinta-feira.

De acordo com o jornal Bild, há ainda outros 205 feridos. Destes, mais de 40 estão gravemente feridos, segundo o chanceler federal e chefe de governo da Alemanha, Olaf Scholz, que está neste sábado (21/12) em Magdeburgo.

Suspeito e ação criminosa

O suspeito, um cidadão da Arábia Saudita de 50 anos, foi preso. O mercado de Natal foi fechado. Socorristas e policiais se dirigiram em grande número ao local.

A bordo de uma BMW escura do tipo SUV, o suspeito teria acelerado em direção à multidão numa via cercada dos dois lados por estandes natalinos. Ele avançou por pelo menos 400 metros antes de fazer a curva em frente a um edifício, enquanto frequentadores do evento fugiam em pânico.

Segundo as emissoras WDR e NDR, o carro seria alugado. O governador da Saxônia-Anhalt, Reiner Haseloff, afirmou que o suspeito vive na Alemanha desde 2006, tem especialização em psiquiatria e reside em Bernburg, a menos de 50 quilômetros de distância de Magdeburgo.

Perfil do suspeito

Mensagens que teriam sido publicadas pelo suspeito sugerem perfil crítico ao islã. O saudita suspeito de ter atropelado centenas de pessoas deu há alguns dias uma entrevista a um blog americano anti-islã.

Nela, o homem acusou a Alemanha de promover uma “operação secreta” para “perseguir” ex-muçulmanos sauditas e “destruir suas vidas”, ao passo em que concedia asilo a sírios jihadistas, relatou a revista.

Taleb A. teria por muitos anos aconselhado mulheres que queriam fugir da Arábia Saudita, e mantinha uma página na internet com informações sobre o sistema de asilo alemão.

Em novembro, ainda segundo a revista, ele postou nas redes sociais que a “Alemanha precisa proteger suas fronteiras contra a imigração ilegal”, e acusou a ex-chanceler federal Angela Merkel de perseguir com sua política de refúgio um plano para “islamizar a Europa” – uma tese frequentemente defendida por radicais de ultradireita.

Reações e investigações

Chanceler Scholz se pronuncia. O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, se pronunciou sobre o atropelamento em massa.

“As notícias que vêm de Magdeburgo sugerem o pior. Meus pensamentos estão com as vítimas e suas famílias. Estamos ao seu lado e ao lado do povo de Magdeburgo. Meus agradecimentos às dedicadas equipes de resgate nessas horas de ansiedade”, disse Scholz.

Ele viajará a Magdeburgo neste sábado, quando será realizada uma cerimônia pelas vítimas.

As principais lideranças políticas do país também se pronunciaram, expressando choque e condolências, entre elas o cotado a próximo chanceler federal, o conservador Friederich Merz, e o vice-chanceler federal, Robert Habeck.

A prefeita de Magdeburgo, Simone Borris, anunciou uma cerimônia em memória das vítimas na catedral evangélica da cidade, a ser realizada às 19h de sábado.

Contexto histórico

O episódio acontece um dia depois do aniversário de oito anos do atentado terrorista ao mercado de Natal de Breitscheidplatz, em Berlim, que deixou 13 mortos. Na noite de quinta-feira, a Igreja Memorial Imperador Guilherme, que fica na praça do atentado, sediou um evento em homenagem às vítimas.

Na noite de 19 de dezembro de 2016, um islamista invadiu o mercado de Natal com um caminhão, roubado de um caminhoneiro que ele matou. Além dos mortos, mais de 60 pessoas ficaram feridas. O terrorista conseguiu fugir, mas foi morto quatro dias depois em uma troca de tiros com a polícia em Milão, na Itália.

Fonte: ISTOÉ

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