BID entrega relatório sobre impactos das inundações no Rio Grande do Sul
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) entregou, nesta quinta-feira (28), ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR), em Brasília, o relatório “Avaliação dos Efeitos e Impactos das Inundações no Rio Grande do Sul – Novembro 2024”. O levantamento faz recomendações estratégicas para a recuperação resiliente de áreas afetadas pelas fortes chuvas que atingiram o estado em abril e maio deste ano.
Impactos
O estudo conjunto avalia em R$ 88,9 bilhões os efeitos das cheias nos municípios gaúchos em 2024, sendo que 69% correspondem ao setor produtivo, 21% em setores sociais, 8% à infraestrutura e 1,8% ao meio ambiente. A metodologia utilizada foi a Avaliação de Danos e Perdas (DaLA), desenvolvida pela Cepal.
Os impactos projetados para 2024 indicavam um recuo de 1,3% no Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho devido à situação de calamidade pública. O presidente do BID, Ilan Goldfajn, ressaltou o esforço do poder público para conter os impactos econômicos das enchentes, destacando uma redução de 1,1% no custo para o PIB Gaúcho.
“Se o governo federal não tivesse atuado com transferências às pessoas e alocação de recursos para os governos estadual e municipal, o impacto teria sido de 2,4% no PIB. Essas ações reduziram o impacto do desastre em 1,1% no PIB”, afirma o relatório.
Emprego
O desastre pode resultar na redução de 432 mil empregos no estado em 2024, correspondendo a uma queda de 7,3% do total de pessoas ocupadas no primeiro trimestre do ano. A remuneração dos trabalhadores também deverá diminuir em cerca de R$ 3,22 bilhões, enquanto os impostos sobre a produção líquidos de subsídios diminuirão em R$ 89,3 milhões.
O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destacou a necessidade de reconstrução em setores econômicos afetados e ressaltou a importância da intensidade do desastre no processo de retomada das atividades.
Recomendações
O presidente do BID, Ilan Goldfajn, ressaltou a importância de as instituições estarem preparadas para situações semelhantes, destacando a necessidade de alerta precoce, estruturas resilientes e proteção dos mais vulneráveis. No curto prazo, o documento recomenda ações de segurança, como a reconstrução de estruturas resilientes, obras de controle de inundações e melhoria nos sistemas de alerta precoce e gestão de emergências.
Para o médio prazo, as recomendações incluem a manutenção da gestão de riscos como política pública, fortalecimento da coordenação entre órgãos de diferentes esferas de governo e atualização dos planos diretores para considerar a possibilidade de sobrecarga da infraestrutura local em caso de inundação.
O governo federal já está mobilizado na reconstrução do Rio Grande do Sul, disponibilizando recursos para ações imediatas e urgentes, como ajuda às pessoas afetadas e restabelecimento de serviços. Em maio deste ano, o BID anunciou a linha de crédito de R$ 5,5 bilhões para reconstrução do estado.
Já segue o macuxi nas redes sociais? Acompanhe todas as notícias em nosso Instagram, Twitter, Facebook, Telegram e também no Tiktok