Investigação sobre más condições de trabalho em plataformas de streaming no Brasil

Investigação aponta condições abusivas em plataformas de streaming

As gigantes do streaming Amazon, Disney, Globoplay, Max, Netflix e Paramount+ estão no centro de uma investigação do Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ) por impor condições de trabalho abusivas a roteiristas e desrespeitar contratos de direitos autorais. A denúncia, embasada pela Associação Brasileira de Autores Roteiristas (Abra), revela um cenário preocupante para os profissionais do setor.

Denúncias embasadas em dados alarmantes

De acordo com informações do Metrópoles, a Abra aponta que em 2024, quatro em cada 10 roteiristas não conseguiram gerar renda com seus roteiros ou precisaram sobreviver com valores pouco superiores a um salário mínimo por mês. Essa situação é resultado direto das práticas questionáveis das plataformas de streaming, que se consolidam como os principais meios de entretenimento para o público.


Plataformas de streaming são acusadas de pagar pouco a profissionais

A Abra denuncia que muitas dessas empresas operam com condições abusivas, impedindo os profissionais de explorarem outras oportunidades e limitando sua capacidade de negociação.

Práticas abusivas no mercado de streaming

O MPT-RJ abriu uma investigação que aponta que as plataformas de streaming dificultam a negociação de contratos, utilizando modelos padronizados que prejudicam os roteiristas. Além disso, muitas empresas impõem cláusulas de exclusividade sem uma devida compensação financeira.

Plataformas contam com a ajuda de produtoras para controlar profissionais
Plataformas contam com a ajuda de produtoras para controlar profissionais

Contratos com cláusulas rescisórias abusivas, arbitragem forçada em casos de disputas trabalhistas e falta de garantias de recebimento de créditos ou remuneração adicional por obras renovadas são práticas comuns nesse mercado.

Outro ponto destacado é a remoção de roteiristas de projetos sem compensações adequadas, muitas vezes com a participação de produtoras locais que contribuem para essa relação prejudicial, conforme aponta a advogada da Abra, Paula Vergueiro.

Desafios para os roteiristas e o mercado audiovisual

Roteiristas exigem mais direitos e uma compensação mais justa
Roteiristas exigem mais direitos e uma compensação mais justa

Segundo a associação, as plataformas internacionais frequentemente contratam produtoras como intermediárias, tornando a relação entre profissionais e empresas ainda mais assimétrica. Além disso, a precificação inadequada do trabalho dos roteiristas e a falta de valorização das propriedades intelectuais são desafios a serem superados no mercado brasileiro.

Entrevistados pelo Metrópoles apontam que produtoras locais também contribuem para as condições abusivas de trabalho, demitindo profissionais sem justificativas e punindo ausências mesmo justificadas. A busca por melhores condições de trabalho e a valorização da criação no mercado audiovisual são demandas urgentes nesse cenário.

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