BC mantém taxa de juros em 10,5% ao ano: entenda os motivos

A alta recente do dólar e o aumento das incertezas econômicas fizeram o Banco Central (BC) interromper o corte de juros iniciado há quase um ano. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic, juros básicos da economia, em 10,5% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.

Incertezas econômicas e decisão do Copom

A manutenção da taxa ocorre após o Copom reduzir a Selic por sete vezes seguidas. Na última reunião, em maio, a velocidade dos cortes diminuiu. De agosto de 2022 até março de 2023, o Copom havia reduzido os juros básicos em 0,5 ponto percentual a cada reunião. Em maio, a taxa foi cortada em 0,25 ponto percentual.

A taxa está no menor nível desde fevereiro de 2022, quando estava em 9,75% ao ano. O Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas de março de 2021 a agosto de 2022. O ciclo de aperto monetário começou em meio à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis.

Inflação e projeções para a economia

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação medida pelo IPCA. Em maio, o IPCA subiu para 0,46%, acumulando alta de 3,93% em 12 meses.

O Conselho Monetário Nacional fixou meta de inflação de 3% para 2024, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. As projeções do mercado indicam que a inflação oficial deve fechar o ano em 3,96%.

Crédito mais barato e perspectivas de crescimento econômico

A redução da taxa Selic estimula a economia, pois juros mais baixos barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais baixas dificultam o controle da inflação.

Com a projeção de crescimento da economia em 2024, o Banco Central aumentou a expectativa para 1,9%. Os analistas econômicos preveem expansão de 2,08% do PIB no mesmo ano.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos e serve de referência para outras taxas da economia. Ao manter ou reduzir a Selic, o BC busca equilibrar o crescimento econômico, o controle da inflação e o acesso ao crédito.

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